Para 64,2% dos professores, a profissão será mais valorizada após a pandemia

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A educação foi uma das áreas mais impactadas pela Covid-19. Trocar a sala de aula por um assento na frente do computador ou uma tela de celular não foi uma simples opção, mas uma alternativa em meio a uma pandemia sem data para acabar. Ao mesmo tempo, é preciso reconhecer que o ensino remoto apresentou a estudantes e professores possibilidades que, para a maioria, eram desconhecidas e transformaram a forma de conectar alunos, professores e o conhecimento.

Em Venâncio Aires, a maioria dos alunos, desde a segunda quinzena de março, não retornou para a sala de aula. Outra parcela, da rede privada, retornou no mês de setembro seguindo rígidos protocolos de higiene e segurança e muitas turmas passaram a ter atividades em formato híbrido. O ano de 2020 chega ao fim e muitas perguntas ainda são feitas, entre elas, como serão as aulas no próximo ano? As aulas remotas terão continuidade?

Em tempos de ‘normalidade’, o clima já seria de preparação para as férias, a entrega do último boletim do ano já teria data definida e em poucas semanas as formaturas do ensino médio estariam agitando os salões.

Cada escola e aluno tem uma realidade social, tecnológica e econômica. Mas, independente de a instituição ser pública ou privada, é fato que a pandemia veio para ensinar e também mostrar que não são poucos os desafios. E foi com intuito de identificar as experiências em sala de aula que a Folha do Mate aplicou um questionário virtual com professores da rede pública e privada. Puderam participar docentes de Venâncio Aires e microrregião.

Para se ter ideia do impacto da pandemia na educação básica, 95,5% dos participantes responderam que passaram a dar aula de forma remota durante a pandemia. Além disso, 94% nunca tinham ministrado uma aula a distância, antes da pandemia. Apesar dos desafios, 64,2% acreditam que a profissão será mais valorizada após a pandemia, enquanto que 35,8% acreditam que não.

Capacitação e ferramenta

Sobre o preparo para a missão de dar aula a distância, 71,6% disseram que receberam treinamento para usar alguma plataforma on-line. A pesquisa também indicou que o WhatsApp e Google Classroom são as ferramentas mais usadas para dar aula a distância neste ano letivo. As respostas revelam ainda que 40,3% dos professores também realizaram entrega de conteúdos impressos para os alunos. E-mail e ligações telefônicas também receberam destaque na consulta.

Conexão

Em uma das perguntas do formulário, os professores puderam responder quais os maiores desafios durante as aulas remotas, inclusive apontando mais de uma resposta. Para 55,2%, a falta de atenção e participação dos alunos é a principal dificuldade. Sobrecarga de trabalho foi citada por 50,7%, 37,3% mencionaram dificuldades com acesso ou conexão à internet e 28,4% responderam a falta de habilidade para usar as ferramentas tecnológicas.

A Folha também perguntou como cada professor considera o preparo das aulas em formato virtual. Para 89,6%, essa tarefa é ‘desafiadora’. Além disso, para 58,2% dos participantes, a experiência de dar aula em casa é boa. Outros 32,8% consideram ruim, 7,5% acham péssima e 1,5% acha a experiência ótima.

A participação dos pais nas atividades também norteou uma das perguntas. Para 41,8% dos entrevistados, os pais, de uma maneira geral, poderiam participar mais das atividades propostas aos alunos; 37,3% responderam que a maioria é participativa; e 17,9% responderam que a maioria não participa.

Aprendizagem

  • Para 68,7%, as aulas remotas prejudicam de forma parcial a aprendizagem dos alunos, enquanto que 25,4% responderam que prejudica e 6% disseram que não prejudica.
  • Para 85,1%, o ano letivo de 2020 não é considerado perdido em termos de aprendizagem. Para 14,9%, sim.
  • Para 35,8%, a melhor forma de recuperar o ano letivo é aprovação com aulas no turno inverso em 2021. Outros 17,9% responderam que não haverá necessidade de recuperação.

Importante

  • O questionário foi aberto a todos professores, independente da série, turma ou rede de ensino que leciona. Do total dos participantes, 82,1% dão aula em escolas públicas e 23,9% lecionam na rede privada.
  • Além disso, 65,7% atuam na rede municipal, 38,8% na estadual e 3% na rede federal. Quase 60% dos participantes lecionam para o Ensino Fundamental.
  • Dos participantes, 47,8% atuam na região central dos municípios, 38,8% em bairros e 20,9% em escolas da área rural.


Letícia Wacholz

Letícia Wacholz

Atua há 15 anos na Folha do Mate e desde 2015 é editora da Folha do Mate. Coordena a produção jornalística multiplataforma do grupo de comunicação. Assina a coluna Mateando, a página 2 do jornal impresso.

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