Sexta-feira, 18 de dezembro de 2020. Um dia histórico para a região do Vale do Rio Pardo. O Consórcio Via Central venceu o leilão para a concessão dos 204,5 quilômetros da RSC-287, entre Tabaí e Santa Maria. Um grupo espanhol vai administrar a principal rodovia da região pelos próximos 30 anos.
O processo terminou com uma notícia ainda melhor: a proposta de tarifa de pedágio de R$ 3,36, o que representa um deságio de 54,41% em relação ao mínimo estipulado pelo Governo do Estado no edital de concessão, que é de R$ 7,37. Uma redução significativa em relação ao valor de referência e um valor bem abaixo dos demais participantes do leilão. O Consórcio Integrasul apresentou proposta de R$ 4,75, Conasa Infraestrutura indicou R$ 6,70 e CCR S.A apresentou o maior valor, R$ 7,30.
Durante o contrato de concessão, o investimento privado será de R$ 2,7 bilhões, incluindo a duplicação de todo o trecho nos dois sentidos de tráfego. O valor arrecadado em cinco praças de pedágio – três novas poderão ser instaladas, além das duas que já existem – vai ser o fundo garantidor das obras. A programação prevê que o trecho de Venâncio Aires seja duplicado a partir do sexto ano de concessão, em 2027.
A mudança na administração da rodovia não é imediata. Enquanto todos os trâmites dão sequência, a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) segue responsável pela via. O Governo do Estado estima que o contrato de concessão seja assinado no primeiro semestre do ano que vem. Enquanto isso, a conclusão do leilão já é classificada como uma vitória. O investimento na RSC-287 é pauta destaque a região do Vale do Rio Pardo, sobretudo em Venâncio Aires e Santa Cruz do Sul, onde as lideranças cobram, há anos, melhores condições de trafegabilidade e reivindicam a duplicação da rodovia por meio da campanha ‘Duplica 287’. A duplicação é vista como a solução para esta que é uma das vias mais utilizadas do estado e que carece de manutenções. Mobilização que deu certo e logra êxito: a 287 será a primeira rodovia estadual concedida à iniciativa privada.
Com um Estado financeiramente ‘quebrado’, a esperança de viabilizar esses investimentos se tornou a concessão à iniciativa privada. É por isso que a conclusão deste leilão significa tanto para a região. A duplicação representa desenvolvimento econômico e mais segurança, afinal, a rodovia que transporta as riquezas da nossa região, também já registrou inúmeras tragédias no trânsito. A duplicação também deve atrair novos investimentos, principalmente para Venâncio Aires, que tem um novo Distrito Industrial sendo estruturado às margens desta rodovia. Agora é acompanhar, fiscalizar e torcer para que o previsto no edital seja cumprido.