Quando o tenente Luciano Machado Morais assumiu a Corporação de Bombeiros Militares em Venâncio Aires, há cerca de dois anos, a tarefa foi de coordenar os 21 militares que integram a equipe, além de Maria. A cachorra, sem raça definida (vira-lata) foi adotada há quase cinco anos pela corporação e virou o xodó. “Dócil e referência na visita das crianças e de escolas na corporação, a Maria faz parte do quartel e vice-versa, pois todos cuidam dela por aqui”, destaca o tenente.
O sargento Lisonir da Silva, que está há 30 anos na profissão, recorda do tempo em que a cachorra passou a ‘viver’ no quartel dos bombeiros. Ela estava machucada na rua Barão do Triunfo, próximo do colégio Oliveira Castilhos, em um sábado à tarde, chorando muito. Os soldados da época foram procurar pelo animal e a encontraram machucada. Resgataram o animal e, desde então, o quartel passou a ser sua residência. “Ela chegou a ser adotada por uma família, porém precisou voltar, pois entrou em depressão, não comia, estava desanimada e recebemos ela de volta. Tinha que ver a faceirice da cachorra quando voltou. Foi em cada um dos bombeiros, corria e se destacava na felicidade de ter voltado”, recorda o tenente Morais.
Além de Maria, a cachorra também atende pelos nomes de Alemoa e Nenê. “Cada um chama ela de um nome e ela atende a todos”, destaca o sargento Lisonir. Ele conta que Maria já foi atropelada, em frente ao quartel, em um de seus passeios diários, e mostra cicatriz na perna. “A gente se reúne e divide custos de veterinário e do que a Maria precisa”, destaca o sargento. Também teve nove filhotes, faz alguns anos, e todos foram doados.
PASSEIOS
A cachorra fica em alerta e espera no quartel a ida e vinda das ocorrências. De acordo com o tenente Luciano Machado Morais, a cachorra do quartel é tranquila, porém se agita na vinda dos carteiros. Esconde-se no segundo piso quando há raios e trovões, que é quando fica com medo.
Por outro lado, um de seus rituais, que foi sendo deixado de lado em função da idade (os bombeiros estimam que ela tenha uns dez anos) era de esperar os bombeiros que vinham de outros municípios na rodoviária. Lisonir conta que, diariamente, a cachorra seguia até a rodoviária que fica a poucas quadras do quartel e esperava os bombeiros virem de ônibus, acompanhando-os até a corporação. Hoje em dia, o passeio de Maria é até o Samu, localizado próximo, mas logo retorna para ‘casa’.
Ela se tornou a mascote da corporação e acompanha de longe todo o trabalho e atuação dos bombeiros, ao mesmo tempo sendo a companhia de quem está cumprindo serviço.