O ano de 2020 foi de absoluta consolidação do Brasil como uma potência no poker on-line. Apesar de a temporada ter sido de poucos torneios presenciais por conta da pandemia, o cenário digital cresceu bastante, com brasileiros em destaque. 27 competidores do país terminaram o ano no top 100 do ranking mundial do Pocket Fives, que é o principal site de monitoramento de desempenho no poker on-line.
Nenhum outro país esteve próximo desse número entre os melhores do mundo. Rússia e Canadá foram os que mais chegaram perto, com nove jogadores cada, ou seja, um terço do Brasil – o que mostra o peso do país no poker on-line mundial.
Entre esses competidores está um representante do Rio Grande do Sul: Thiago Grigoletti. o jogador de Pelotas chegou a ficar em 18º lugar no ranking mundial no ano passado, mas fechou a temporada em 56º, com 5.891 pontos. Ele faturou mais de US$ 100 mil só no World Series of Poker, engordando ainda mais o seu “bankroll” de US$ 1,79 milhão na carreira.
Um dos grandes feitos alcançados por Grigoletti na temporada foi a conquista de três tríplices coroas, ou seja, quando um jogador vence três torneios com prêmio de pelo menos US$ 10 mil em 7 dias (em sites diferentes), igualando feitos que haviam sido alcançados apenas por outros dois competidores nacionais, Leocir Carneiro e João Mathias.
Capixaba lidera o ranking mundial
Quem terminou no topo do ranking da Pocket Fives foi o jogador capixaba Brunno Botteon, com 13.232 pontos conquistados na temporada 2020. Seu grande feito na temporada foi o vice-campeonato do Main Event do World Series of Poker Online, perdendo apenas para o argentino Damian Salas. Com o resultado, Brunno levou pra casa US$ 1.062 milhão, sua maior premiação na carreira até hoje.
Durante toda a temporada, Botteon superou a marca de US$ 2 milhões, fazendo de 2020 o ano mais prolífico de sua trajetória no esporte da mente e consolidando seu status como um dos melhores do mundo na modalidade digital. Ao todo, o competidor de Vitória já ganhou mais de US$ 6,3 milhões em prêmios no poker on-line.
Outros dois brasileiros terminaram o ano no top 10, ambos representantes da região sul: o paranaense Yuri Martins (8º colocado, com 9.571 pontos), que se tornou o primeiro jogador do país a ter dois braceletes do World Series of Poker ao vencer um dos eventos da edição on-line do WSOP; e o catarinense Bruno Volkmann (9º colocado, com 9.514 pontos), que atingiu os sete dígitos em premiação no ano (ou seja, mais de US$ 1 milhão).
Quem também se destacou no ano foi o baiano Pablo Brito, um dos grandes nomes do poker nacional atualmente. Pabritz, como é conhecido, terminou na 16ª posição do ranking, com 8.263 pontos conquistados. Entre os resultados de maior relevância de Pablo Brito em 2020 está a conquista do Irish Open, torneio realizado pelo partypoker de forma on-line em abril. Ele também brilhou no “curto” cenário ao vivo pré-pandemia ao faturar o título do partypoker MILLIONS no Uruguai, em fevereiro.
O top 100 ainda conta com nomes brasileiros como Pedro Vinicius Garagnani (29º), Belarmino de Souza (30º), Pedro Padilha (34º), Rodrigo Selouan (35º), Rodrigo Valente (41º), Alexandre Mantovani (48º), Kelvin Kerber (51º), entre outros jogadores de destaque do cenário nacional.
País faz história no WSOP On-line
O Brasil foi um dos maiores vencedores da versão on-line do World Series of Poker. Ao todo, quatro brasileiros levaram pra casa o cobiçado bracelete: Yuri Martins, Luís Eduardo Garla, Marcelo Pudla e Leonardo Mattos. Apenas Estados Unidos e Canadá superaram o Brasil no “quadro de medalhas” do principal torneio de poker do planeta
Dessa forma, o Brasil chegou a dez conquistas no geral, já que tinha seis braceletes conquistados na versão tradicional do torneio: Alexandre Gomes (2008), André Akkari (2011), Thiago Decano (2015), Roberly Felício (2018), Murilo Figueiredo (2019) e Yuri Martins (2019) – este se tornou bicampeão em 2020.
Com as medidas de restrições contra aglomerações ainda em vigor, a tendência é que os campeonatos online sigam a todo vapor, o que indica mais um ano de sucesso para o poker nacional caso os competidores mantenham o bom desempenho que vêm apresentando nos últimos anos.