Um novo golpe está fazendo vítimas em Venâncio Aires. Mas ao invés dos estelionatários pegarem o dinheiro das pessoas, estão depositando valores nas contas bancárias dos alvos. O crime acontece depois, já que o dinheiro entra em forma de um empréstimo consignado e o dono da conta bancária acaba pagando o valor recebido em longas prestações, com juros altíssimos.
Normalmente, o golpe é aplicado em pensionistas ou aposentados que possuem uma margem financeira, necessária para fazer um empréstimo. De acordo com o delegado Vinícius Lourenço de Assunção, a vítima detecta o depósito de uma determinada quantia em sua conta (geralmente entre R$ 2 e R$ 4 mil). Surpreendida, busca informações sobre o depósito em seu banco e recebe a notícia de que os valores se referem a um empréstimo que jamais foi contratado.
No próximo passo do golpe, o banco/financeira passa a fazer a cobrança das parcelas do empréstimo. “Normalmente são muitas parcelas, com juros altos embutidos. A pessoa paga praticamente o dobro do valor que apareceu na sua conta”, explica o titular da Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA). Segundo ele, os valores das parcelas são descontados via empréstimo consignado.
Para o delegado Vinícius, o que se revela estranho neste golpe é que a vítima acaba recebendo dinheiro, mas em contrapartida, assume um financiamento que não foi contratado. “O crime praticado é o de falsidade ideológica, eis que alguém acaba se passando pela vítima para solicitar o empréstimo. As suspeitas, neste caso, recaem sobre pessoas que trabalham com o oferecimento de empréstimos e são comissionadas pelos contratos assinados”, observa.
Por conta disso, segue o delegado, a vítima acaba sofrendo diversos contratempos para tentar cancelar o empréstimo e devolver o valor à financeira. “Além do registro de ocorrência policial, as vítimas devem procurar o Procon de suas cidades, órgão que poderá auxiliar o consumidor lesado”, alerta.
O delegado salienta que também há a possibilidade de ingresso de ação para fins de devolução do valor e eventual pedido de indenização pelos danos sofridos.
“As vítimas normalmente são pensionistas ou aposentados, que possuem margem consignável para empréstimo.”
Vinícius L. de Assunção
Delegado de Polícia