‘Lagarta das palmeiras e coqueiros’ preocupa moradores de Venâncio

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Uma pequena lagarta, de aproximadamente oito centímetros, vem causando ‘dor de cabeça’ em alguns moradores de Venâncio Aires, pois o pequeno inseto está devorando inúmeras palmeiras das mais diversas espécies.

A palmeira, que é usada principalmente para embelezar pátios de residências e prédios, é uma árvore de fácil cuidado e manutenção, mas, ultimamente vem sendo atacada pela ‘lagarta das palmeiras’, cientificamente conhecida como Brassolis sophorae.

Várias pessoas já relataram a presença das lagartas nas palmeiras e coqueiros. No pátio da Folha do Mate, as lagartas também iniciaram a ‘invasão’ na árvore. A reportagem conversou com o engenheiro agrônomo e assessor técnico da Agrifertil, Clovis Schwertner, para entender o ciclo da lagarta e formas de combate.

Na foto, exemplo da desfolha causada pelas lagartas em uma palmeira (Foto: Alvaro Pegoraro/Folha do Mate)

Para Schwertner, a explicação é simples: “É um desequilíbrio no nosso ecossistema. Estamos no clima propício para a propagação da lagarta, ela gosta de dias de chuva e calor. Essa temperatura é a predileta dela.”

O profissional cita que na fase adulta a lagarta pode chegar até oito centímetros e é nessa fase que ela come mais folhas. “A borboleta põe os ovos nas folhas, mas principalmente nas copadas, depois vira uma lagarta que se transforma em um casulo e que novamente vira uma borboleta”, detalha.

Schwertner comenta que após a borboleta pôr os ovos são necessários cerca de 20 dias para os ovos virarem lagartas. Além disso, uma borboleta pode colocar até 100 ovos. “São basicamente quatro fases, mas leva uns 80 dias até a lagarta virar borboleta de novo, por isso o estrago nas palmeiras é grande”, ressalta.

Hábito Noturno

O engenheiro agrônomo salienta que a lagarta tem hábitos noturnos. “Durante o dia ela se camufla no ninho para se proteger, geralmente na copa da árvore. No fim da tarde para a noite ela costuma sair e atacar.”

“De uns 15 anos pra cá está se plantando muita palmeira, ela serve de embelezamento. Combina com piscina, tem um clima tropical e ela é a moda do momento. Como tem bastante, a lagarta também está se proliferando muito rápido”, comenta Schwertner, ao dizer que várias pessoas já buscaram ajuda e orientação de combate na loja administrada por ele.

Além dos danos nas folhas, a presença das lagartas pode ser percebida pela presença de fezes junto às plantas e pelo barulho destas quando caem sobre a vegetação.

600 metros

é a distância que a borboleta vou para colocar os ovos.

Combate biológico é o aconselhado

O engenheiro agrônomo detalha as diferentes formas de combate. “Uma das maneiras é a forma mecânica. Se está no início do ciclo e você tem só uma palmeira, por exemplo, pode matar a lagarta de forma manual, pois ela não faz mal algum para o ser humano.”

Mas Schwertner também ‘receita’ produtos biológicos para o combate. “Temos três produtos que podem ser usados para o controle. São fungos e bactérias que terminam com a lagarta”, salienta. Ele explica que pode ser feita uma pulverização com a Beuveria bassiana (fungo), a Bacillus thuringiensis (bactéria) ou o óleo de neew. “São produtos que misturados com água formam uma solução de combate. Mas sempre reforço que eles têm um período de 12h a 70h para atacar a lagarta e elimina lá.”

Clovis Schwertner indica técnicas biológicas para combater a ‘lagarta das palmeiras’ (Foto: Rosana Wessling/Folha do Mate)

Dicas

Schwertner comenta que o ideal é utilizar o produto no fim do dia, quando a temperatura está perto dos 25 graus e a umidade relativa do ar entre 60 a 70%. “Não adianta ser muito quente. O aconselhado é molhar bem as folhas e observar o ciclo. Depois de umas duas semanas é necessário aplicar de novo, até controlar o ciclo.”

“O controle biológico existe, não afeta as pessoas e nem os animais, controla o ciclo da lagarta, e é o mais recomendado.”

CLOVIS SCHWERTNER

Engenheiro agrônomo

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