Para o diretor técnico do Hospital São Sebastião Mártir (HSSM), de Venâncio Aires, Guilherme Fürst Neto, o grande número de óbitos de Covid-19, nos últimos dias, está ligado à gravidade da doença, provavelmente, por conta de uma mutação do vírus. “A doença está extremante agressiva. Está agindo muito rapidamente, sem distinção de idade, gerando quadros muito graves.”
Ele exemplifica que, na manhã de ontem, um paciente que estava internado no Pronto Atendimento estava ligado a respirador. À tarde, já eram cinco no respirador apenas naquele setor. “Em poucas horas, recebemos pacientes em estados gravíssimos.”
Ao mesmo tempo, o profissional observa que a falta de estrutura também tem sido decisiva. “Com certeza, esse número alto de óbitos está relacionado à falta de estrutura. O ideal seria termos 80 leitos de UTI, com os equipamentos adequados e toda uma equipe disponível, mas infelizmente essa não é a realidade. Alguns dos respiradores que estamos utilizando são de transporte, não são os equipamentos mais adequados”, explica.
Ontem à tarde, eram 68 pacientes de coronavírus internados. Entre eles, 18 em leitos de UTI e quatro em leitos de semi-UTI montados no Pronto Atendimento (Emergência), além dos demais em leitos clínicos. “Nunca se calculou tamanha demanda hospitalar, jamais se imaginou precisar atender tantos pacientes. O hospital não tem estrutura para isso, e essa é uma situação geral, em todo o estado”, cita.
De acordo com Fürst, atualmente, as internações por Covid têm representado a grande maioria das internações no hospital. As cirurgias estão paradas, sendo realizadas apenas as de emergência. Além disso, apenas a maternidade tem funcionado normalmente. “As outras unidades estão paradas, mas cheias de pacientes com Covid. Os setores particulares e de convênios também estão extremamente lotados, com pacientes de coronavírus.”
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