Os postos de saúde de Vila Palanque e Linha Travessa passam por reformas. Por isso, moradores das localidades dependem de atendimentos em outros locais. Em Vila Palanque, onde a unidade está sendo ampliada em quase 150 metros quadrados, procedimentos de enfermagem estão sendo feitos de forma provisória na Casa Paroquial. A médica que atuava no local pediu desligamento da função pois foi selecionada para residência médica.
O atendimento na Casa Paroquial ocorre de segundas as sextas-feiras, das 7h30min às 12h e das 13h às 17h, e contempla procedimentos ambulatoriais, renovação de receitas e distribuição de medicamentos controlados e contínuos, com a presença de um técnico em Enfermagem.
A atendente Mara Irene Konzen Mueller conta que a população aguarda com expectativa a reabertura do posto de saúde, que será maior, mais organizado e com mais salas para atendimento. Foi criada, inclusive, uma comissão de saúde que juntamente com a equipe da Secretaria de Saúde realiza visitas e fiscaliza a obra. “A Prefeitura dá um bom apoio e agradeceram que a comunidade cedeu esse local para atendimentos básicos durante a reforma no posto”, relata.
O técnico em Enfermagem Marcos Alexandre Viana Rosa é quem presta os atendimento no local. “O pessoal procura bastante. Faço aqui os procedimentos básicos, mas se necessário encaminhamos o paciente para ser atendido em outro local conforme a demanda e especialidade”, esclarece. Além dos dois profissionais, a responsável pela limpeza, Marinês Krammer, também integra a equipe.
A reforma do posto de Vila Palanque tem previsão de estar concluída no final de maio ou início de junho. Conforme a coordenadora dos postos de saúde, Vera Tuppel, o atraso na entrega da reforma é em decorrência de três meses de obra parada, que foi no período das eleições, no ano passado. No momento, a parte estrutural está praticamente finalizada, restando ainda detalhes de aberturas e finalizações.
Travessa
Em Linha Travessa, o atendimento é feito somente nas quintas-feiras, com um técnico em Enfermagem, no salão Gigante da Travessa. Em janeiro, o prédio foi interditado, por conta de rachaduras na estrutura. Para a comunidade local, a finalização do posto está mais longe de se tornar realidade, pois a reforma está parada e é preciso que venham recursos para a retomada.
Arcildo José Simon, 61 anos, mora em frente ao posto de saúde. Ele comenta que toda família usava os serviços do posto de saúde, principalmente para consultas e retirada de medicamentos. No entanto, ele considera que o atendimento decaiu no último ano. “Quando tinha médico bom aqui, tinham pessoas que vinha de longe, Santa Emília, Cerro das Pedras, só para consultar aqui”, desabafa. Agora, só com atendimentos de enfermagem, a expectativa é que a retomada da reforma do posto aconteça o quanto antes.
Receitas de medicamentos de uso contínuo
Os pacientes que fazem uso continuado de medicamentos podem fazer a solicitação da renovação da receita nos postos de Vila Palanque ou Linha Travessa, porém, um médico de outra unidade de saúde irá autorizar e retornar a renovação.
A Unidade Móvel (ônibus da saúde) era usada para atendimentos médicos em Vila Palanque e em Linha Travessa. Porém, no momento, está sem um profissional médico. Por enquanto, somente é usada para levar medicamentos até Linha Travessa.
Outras reformas
No momento, a finalização das obras nos postos de Palanque e Travessa é prioridade para a Secretaria de Saúde, antes de iniciar melhorias em outros postos, destaca a coordenadora Vera Tuppel. Além de reformas, pinturas foram feitas nos postos de saúde de Vila Arlindo, Estância Nova, Vila Deodoro, Central, Posto de Atendimento Médico (PAM), no bairro Cruzeiro; e no Centro de Atenção Psicossocial (Caps) II. “As pinturas foram executadas agora, mas já haviam sido licitadas”, completa.
Dificuldade de encontrar médicos
Segundo o coordenador das unidades básicas, Samuel Bittencourt, não existem muitos médicos interessados em atuar nos postos de saúde e parte dos que estão atuando teve que ser realocado para o Centro de Atendimento Respiratório (CAR) do bairro Gressler.
Hoje, Samuel explica que já passam por dificuldades, tendo uma médica contratada para atuar 20 horas por semana no CAR, e as outras 20 horas estão sendo revezadas com um médico para cada dia. “A UPA e os Centros de Atendimento Respiratório são nossa prioridade no momento”, destaca Bittencourt, que observa que o próprio prefeito e médico Jarbas da Rosa tem atuado de forma voluntária para amenizar a falta de médicos.
A mesma situação acontece nas Estratégias de Saúde da Família (ESFs). Apesar dessa dificuldade, todas as ESF estão com atendimento médico em alguns dias da semana. A ESF do Caic e da Santa Tecla são as que foram organizadas recentemente. Para auxiliar nos atendimentos de pacientes com suspeitas de Covid-19, as ESF fazem um trabalho de encaminhamentos de urgência, além de testes antígenos. Nas unidades do interior o teste antígeno é feito somente onde tem a presença de um médico, devido os atestados nos casos positivados.
Profissionais
Com demandas que necessitam de profissionais da saúde, como em Palaque e Travessa, foi lançado um edital para formação de cadastro de reserva para profissionais de diversas especializações. As inscrições aconteceram até a terça-feira, 16, e agora o processo segue para homologação. A expectativa é que seja formada uma boa banca de profissionais que possam ser distribuídos para os postos de saúde.
A auxiliar administrativa da Secretaria de Saúde, Rosângela Ellert, explica que o edital tem o objetivo de suprir postos de servidores que tiraram suas licenças premium, licenças maternidade e aposentadorias. O aumento do cadastro de reservas pretende tornar o processo de contratação mais ágil, sem que o cargo fique sem profissional por tanto tempo.
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