A preocupação com o arroio Castelhano sempre foi uma bandeira das entidades com foco na preservação do Meio Ambiente. Em Venâncio Aires, dados da Emater-RS/Ascar apontam que, desde 1995, entidades e comunidade se envolvem na recuperação das nascentes. A ação é dos ‘braços’ para recuperar o Castelhano a longo prazo.
No início da década de 2000, moradores de Linha Marechal Baixo passaram por momentos de sufoco. “Muitas famílias estavam dias sem água. Foi uma seca muito grande e a gente precisava de uma alternativa rápida”, lembra o agricultor Valério Teixeira, 63 anos, um dos moradores que auxiliou na recuperação de uma fonte natural que já era utilizada por duas famílias, mas que tinha possibilidade de expansão pela quantidade de água que produzia.

Na divisa das terras de Alceu Bohn, 58 anos, e Dario Fernando Sulzbacher, 66 anos, a vertente forte já era utilizada pelas duas famílias. “O pessoal veio até aqui em casa pedindo por água. Foi então que decidimos recuperar essa vertente”, conta Sulzbacher. “Eu nasci aqui e sempre tinha água. Nunca tivemos nenhum problema, nem nos períodos de seca. Não custava nada a gente ceder para os vizinhos.”
Os moradores lembram que foram buscar apoio na Emater, que logo se prontificou a auxiliar. “A gente juntou os moradores e os técnicos vieram aqui nos ajudar. Foram duas semanas de muito trabalho até todos terem água. Foi um investimento da comunidade de cerca de R$ 17 mil”, cita Bohn.
Bohn e Sulzbacher já utilizavam da água de fonte há mais de 30 anos antes da revitalização, agora, há cerca de 20 anos, a fonte abastece mais de 15 famílias da comunidade do 5º Distrito de Venâncio Aires.
Recuperação da mata
Literalmente no meio do mato, a fonte produz água suficiente para as famílias e é protegida por todos. Os vizinhos Bohn e Sulzbacher são engajados na causa, ambos preservam mata nativa ao redor e ainda pretendem ampliar a área verde. “Isso aqui é uma riqueza que a gente tem. Precisamos cuidar e proteger a fonte”, destaca Sulzbacher.

Bohn reforça que a água é extremamente limpa e pura. “A gente até já fez algumas análises lá na Unisc, por conta própria. Essa água é muito pura. Quem vem até nossa fonte se apavora com a quantidade de água que ela produz e essa grande vazão.”
“Essa fonte é nossa riqueza. Aqui tem muita água e, graças a Deus, nunca faltou, nem nos períodos mais críticos. Agora é só cuidar e proteger essa fonte que foi recuperada há mais de 20 anos.”
ALCEU BOHN – Morador de Linha Marechal Baixo