As palometas (piranhas vermelhas) foram identificadas no rio Jacuí, em Vale Verde, há algumas semanas. O fato preocupa pescadores e moradores do município, pois a piranha não é comum nas águas da região.
Conforme o diretor de Meio Ambiente da Prefeitura de Vale Verde, Rodrigo Klamt, os pescadores já relataram o aparecimento do animal há cerca de duas semanas, porém, a chegada da espécie nas águas do rio Jacuí é acompanhada há mais tempo. “Aparaceu primeiro em Cachoeira, Rio Pardo e depois aqui. É um peixe que não é da região, porque ele é comum na região da fronteira, como na hidrográfica do Uruguai. Acredito que as palometas vieram pela correnteza dos rios que desembocam aqui”, observa.
Nos relatos que chegaram até Klamt, alguns pescadores estavam no Rio Jacuí, próximo ao balneário Monte Alegre, pescando Pintados (espécie de peixe) e identificaram cerca de dez palometas nas redes de pesca. “Elas atacam, mas normalmente só quando sentem cheiro de sangue, como alguém que tem machucado, porque são carnívoras. Além disso, prejudicam os pescadores, pois comem os peixes”, frisa Klamt. Ele lembra que nos rios que as palometas são comuns, muitas vezes, existe uma rede separando a área de banho, para evitar ataques.
CONTROLE DAS PALOMETAS NO JACUÍ
O melhor jeito de combater as piranhas vermelhas, segundo o diretor de Meio Ambiente, é monitorando os locais que aparacerem, para que não haja proliferação. “Todos que verem a palometa devem avisar o Meio Ambiente, como nomes dos locais que foram vistas, para assim podemos ter um controle”, solicita. Klamt orienta que caso alguém for atacado pela piranha, vá direto a um posto médico, mais próximo. Ele ainda comenta que até existe um predador das palometas, que é o peixe dourado, porém está ameaçado de extinção na região.
“Peço que todos que verem as palometas no rio Jacuí, aqui em Vale Verde, nos avisem, para tentarmos monitorar os locais e evitar que aumente o número das piranhas vermelhas na nossa região.”
RODRIGO KLAMT
Diretor de Meio Ambiente de Vale Verde
Palometas em Cachoeira do Sul
Segundo uma matéria publicada no Jornal do Povo, de Cachoeira do Sul, um pescador foi atacado, em fevereiro, nas águas do rio Jacuí que passam por Cachoeira. O pescador Elias Siqueira Gofas foi mordido no momento em que revisava as redes que estavam no rio, perto da localidade do Irapuá.
O filho de Elias, Ianes Gofas, publicou no Facebook fotos das palometas que estavam na rede e recordou que há cerca de 10 anos o pai já havia pescado uma palometa.
Na matéria, o biólogo da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Cachoeira, Alisson Boÿink afirma que a espécie não é comum no Jacuí e explica que o aumento do número de palometas ocorre, possivelmente, por um desequilíbrio ambiental, com abundância de alimento e ausência ou baixo índice de predadores.
SAIBA MAIS SOBRE PALOMETAS
- No fim da década de 1980 houve registro de palometas no Rio Taquari.
- Em 2006, cerca de 20 pessoas foram mordidas no Balneário Passo do Angico, em Toropi, no estado.
- Também em 2006, pescadores de Uruguaiana fizeram um mutirão para pescar as piranhas e evitar ataques.
- Em 2020, mais de 100 pessoas foram atacadas pelo animal na Praia das Areias Brancas, em Rosário do Sul. Uma rede de para proteger os banhista foi colocada, serando uma área segura para banho. Na época também foram registrados ataques de palometas a banhistas no Balneário Jacaquá, no Rio Ibicuí, em São Francisco de Assis.
- Também janeiro de 2020, mais de 40 pessoas foram mordidas pela piranha vermelha em Rosário do Sul.
- Em fevereiro deste ano, ataque é registrado no Rio Jacuí, em Cachoeira e em março, as piranhas vermelhas são pescadas no mesmo rio, em Vale Verde, região incomum para elas.
No link, confira mais reportagens que a Folha do Mate já veiculou sobre o aparecimento de palometas na região.