Projeto de professora da Emei Vó Olga, de Mato Leitão, é premiado em evento nacional

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Como adaptar a forma de ensinar ao modelo remoto? Talvez essa tenha sido uma das perguntas feitas por muitos profissionais da educação ao longo do último ano, tendo em vista a suspensão das aulas presenciais por causa da Covid-19. Foi justamente por causa dos desafios impostos por esse momento a todos os envolvidos no processo de aprendizagem, que a Fundação Maria Cecilia Souto Vidigal, com o apoio da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e a Fundação Itaú Social, lançou o prêmio ‘Educação Infantil: boas práticas de professores durante a pandemia’.

Por meio da iniciativa, 100 professores de todo o Brasil foram premiados. Além disso, foram eleitos os cinco projetos destaques no país, um de cada região. E na relação de premiados, divulgada na última semana, está a professora da Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Vó Olga, de Mato Leitão, Beatran Hinterholz, 45 anos. As atividades desenvolvidas com a turma do nível 5 B da instituição de ensino no ano passado também garantiram a ela a conquista do projeto destaque da região Sul do país.

“Como eram propostas em tempos de pandemia, precisávamos da colaboração e empenho das famílias. Isso foi o suporte do projeto. Priorizamos como experiências as interações e as brincadeiras com os elementos da natureza, como a água, a terra, os galhos, as árvores, o sol, as nuvens e a lua, a literatura – histórias, parlendas e outros gêneros que enviamos às famílias de forma on-line -, as produções gráficas e plásticas, a música e a dança”, explica Beatran.

Assim, a aprendizagem e o desenvolvimento de todas as crianças foi garantido através da ludicidade. Por isso, o planejamento foi pautado em materiais que conduzissem a momentos de imaginação e exploração de materialidades, livros e da natureza.

Atividades sugeridas para os alunos do nível 5 B envolviam a exploração das plantas Foto: Divulgação)

Desafios e aprendizagem

De acordo com a professora, 2020 foi um ano desafiador para a escola, os professores e as famílias e isso exigiu que todas essas partes, envolvidas com a aprendizagem das crianças, se reinventassem na busca de novas formas de interação, que não a presencial. Nesse sentido, ela relata que o planejamento das atividades tinha como foco o diálogo com as famílias e com as colegas da escola. “Usamos grupo de WhatsApp, após uma pesquisa feita com a comunidade escolar, para mantermos o diálogo e a conexão com a família e as crianças, pois o planejamento seria feito por nós professoras, no entanto, a família estaria com a criança para realizar as experiências”, observa.

Beatran também ressalta que, por meio desse grupo, buscou-se oferecer às famílias uma escuta sensível e compreender as dificuldades delas em realizar as vivências. “Ressaltava às famílias que poderiam contar comigo, sem cobranças, antes uma parceria, uma troca solidária, na qual aprendemos juntos”, acrescenta. Além da rede social, ela também utilizou como ferramentas áudios, vídeos e visita com entrega de materiais.

Segundo a professora, a prática pedagógica na pandemia possibilitou muitas aprendizagens no ambiente familiar, entre elas a relação das crianças com o meio onde estão inseridas e com a natureza. “Por residirem em um município pequeno e do interior, as crianças tinham a possibilidade de conviver mais intimamente com a natureza. No planejamento foram sugeridos modos de interações e brincadeiras, como subir em árvores, explorar as plantas com a família, observar o sol nascer e se pôr, admirar a lua, plantar sementes de girassóis, explorar elementos da natureza encontrados perto de casa e fazer tintas caseiras”, compartilha.

Vivências propostas pelas professoras buscavam estimular interações com a natureza e o local onde as crianças estavam inseridas Foto: Divulgação)

Reconhecimento

Para Beatran, o prêmio representa reconhecimento pelo trabalho desenvolvido com as famílias, porque elas foram parceiras para que o projeto pudesse receber esse destaque. “Significa muita alegria e gratidão pela parceria das famílias e das minhas colegas de turma Jussara Heisler, Carla Braun e Juliana Souza”, salienta. A professora ficou sabendo sobre o prêmio pela colega Chalimar da Rosa. Além de Pedagogia, a moradora de Linha Travessa, no interior de Venâncio Aires, é graduada em Filosofia. Ela é mestre e doutora em Educação e trabalha na Emei Vó Olga desde 2007.



Taís Fortes

Taís Fortes

Repórter da Folha do Mate responsável pela microrregião (Mato Leitão, Passo do Sobrado e Vale Verde) e integrante da bancada do programa jornalístico Terra em Uma Hora, da Terra FM

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