Priscila Nothaft, mãe de duas crianças, postou em rede social na noite de domingo a proposta de um movimento de pais, que logo recebeu adesão de escolas, no feriado desta quarta-feira, com uma carreata saindo às 17h do parque do Chimarrão, defendendo a volta das aulas presenciais nas escolas para a educação infantil, 1º e 2º anos, crianças que estão em fase de alfabetização e não conseguem fazer isso à distância.
O movimento ganhou rápida adesão na comunidade. Priscila cita em matéria da Folha, que tem uma filha no 8º ano que consegue acompanhar o estudo remoto em casa sem problemas. Mas ela tem um filho em fase de alfabetização que não consegue participar do processo remoto. A situação referida por Priscila reflete a realidade que vivemos.
O governador Eduardo Leite (PSDB) modificou o decreto estadual da pandemia, permitindo que mesmo em bandeira preta, a educação infantil e o 1º e 2º anos tivessem aulas presencias, justamente pelo fato da dificuldade de aprendizado na alfabetização. Mas logo a juíza Rada Maria Metzger Kepes Zaman, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Porto Alegre, atendeu pedido da Associação Mães e Pais pela Democracia e do Cpers Sindicato contra o governo do Estado, e proibiu as aulas na vigência da bandeira preta. O estado recorreu ao STF e o assunto se arrasta faz várias semanas.
Penso que o governador poderia ter tomado atitude mais forte. Se a justiça não quer a volta das aulas, que ele mudasse a bandeira preta para vermelha – as condições sanitárias mínimas exigidas já existiam – para esta semana, possibilitando a volta das aulas. Mas não foi o que ele fez.
Quando vejo pais e escolas tendo que fazer protesto para que as crianças possam ser alfabetizadas e tem gente contra, resta claro que a educação não é prioridade neste país. Pelo menos para alguns.
Notinhas
* Amanhã é feriado de Tiradentes. Tem todo um significado, da rebelião contra os altos impostos cobrados pela coroa portuguesa. Mas não se justifica o país parar um dia no meio da semana.
* Muitas críticas para a pintura de faixas no Acesso Leopoldina, onde as linhas amarelas ficaram cheias de curvas. Aliás, desde que a pintura de ruas é feita pela Prefeitura com uma máquina adquirida por R$ 250 mil em agosto de 2020, ainda no governo anterior, as pinturas nas ruas tem esta característica. É preciso corrigir o equipamento ou e o seu manejo.
* Faleceu ontem, aos 90 anos, Oswaldo Carlos van Leeuwen, fundador do jornal O Informativo de Lajeado. Deixa um grande legado na comunicação.
* Do ex-prefeito Giovane Wickert (PSB) sobre a ‘corneta’ de adversários políticos sobre sua função no Governo do Estado. “Se alguém tiver dúvida da minha função no Estado, está aí o cartão de apresentação oficial do Governo (ele me enviou seu cartão com cargo de Secretário Adjunto). Eu acumulo as duas funções, Diretor Geral e Secretário Adjunto das Obras e Habitação. Venâncio Aires pode muito mais se deixar essas picuinhas de lado e pensar maior. Contem comigo para debates maiores e de interesse de todos.” Concordo com ele.
* Hoje tem estreia do Inter na Libertadores. Joga às 19h15min contra o Always Ready nos 3,6 mil metros de altitude de La Paz, na Bolívia.
Do Twitter
* GZH: “Diminuição de casos é uma prova concreta de que as restrições tiveram resultado”, diz secretária da Saúde do RS
* Estadão: Líderes partidários elogiam união de presidenciáveis contra Bolsonaro
* O Globo: Pré-candidato à Presidência, Ciro Gomes projeta cenário em que Bolsonaro ficaria fora do segundo turno
* Airton Artus: Impressionante a estreia do nosso conterrâneo Geferson Kern como narrador da Fórmula Indy. Conhecedor do esporte, mostrou boa dicção, agilidade e a sua cultura universal.
* Cristian Deves: Fala sério. Sabe quando sairemos da Bandeira Preta do Governador Leite? Talvez lá em 2040. Pois é preciso atingir 35% de leitos de UTI livres. E isso acho que NUNCA tivemos, pois que me lembro sempre foi uma briga para conseguir vaga na UTI, não só no RS como no Brasil todo.