O apelo de pais, gestores, lideranças políticas e especialistas em saúde e educação pela volta às aulas presenciais surtiu efeito. Na manhã dessa sexta-feira, 23, os gaúchos acordaram com a informação de que o governador Eduardo Leite assinou decreto estadual que permite a cogestão para a educação e, consequentemente, o retorno das aulas presenciais, a partir de segunda-feira, 26. Na prática, todo o Rio Grande do Sul seguirá classificado em bandeira preta, porém, o decreto passa a autorizar os municípios gaúchos a aplicarem regras de bandeira vermelha para a educação. Desta forma, o Estado conseguiu contornar a situação, que dependia de uma decisão judicial.
Nesta etapa, somente poderão retornar às salas de aula os alunos da Educação Infantil e também os matriculados nas turmas de 1ª e 2ª anos do Ensino Fundamental. Além disso, cursos livres, plantões para atendimento aos alunos de Ensino Médio Técnico e aulas de estágios obrigatórios também estão autorizados.
Com esse decreto, o desafio das escolas, nas próximas horas (e dias), é ajustar as estruturas para garantir o retorno seguro para alunos, professores e funcionários. Em Venâncio Aires, boa parte das escolas já confirmou o retorno na próxima semana, conforme apurou a reportagem da Folha. No caso das Escolas Municipais de Educação Infantil (Emeis), a previsão é de que o retorno ocorra na quarta, 28.
Depois de semanas de mobilizações pelo retorno das aulas presenciais, em várias cidades gaúchas, inclusive em Venâncio Aires onde uma carreata ocorreu na quarta-feira, a comunidade esperava uma ‘reação’ do governo gaúcho, ainda mais depois que anunciou flexibilizações para outros setores, como restaurantes e lancherias.
A flexibilização para a educação contempla, neste momento, apenas uma parcela dos estudantes, mas é o primeiro passo para um retorno total que deverá ocorrer o quanto antes, para evitar prejuízos ainda maiores para a aprendizagem. Embora a alteração das normas não viole, segundo o Estado, a decisão judicial, ainda é preciso cautela para uma eventual mobilização que possa surgir neste fim de semana, para que o retorno das aulas não volte a depender de uma decisão judicial.
A volta às aulas ainda é um tema que preocupa muitos pais e, principalmente, professores que defendem a vacinação como essencial, antes do retorno ocorrer. É por isso que o retorno das crianças será opcional para as famílias. Entretanto, é inegável o peso pedagógico, emocional e até nutricional que a escola representa na vida dos estudantes. A vacinação é importante, mas não é possível esperar pela imunização para as aulas presenciais retornarem. É possível uma volta com segurança, seguindo os protocolos e o distanciamento.