Saiba quais são as faixas etárias que mais positivaram para a Covid-19 em Venâncio

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Dos mais de 8 mil casos confirmados de Covid em Venâncio Aires desde o início da pandemia, pessoas entre 30 e 39 anos foram as que mais contraíram o coronavírus – 1.817. No lado oposto, estão idosos com mais de 80 anos (155 casos) e 300 crianças entre 0 e 11 anos. Os números são do e-SUS Notifica, página que o Ministério da Saúde mantém com informações das notificações sobre a doença.

Embora possa parecer muito, os pequenos são os menos impactados considerando todas as faixas etárias (veja box) e a realidade local segue o que indicam estudos mundo afora: as crianças, naturalmente, teriam uma resistência muito maior que os adultos e ‘sofrem’ menos com o vírus.

“Há estudos, principalmente no Canadá, Estados Unidos e Noruega, que dizem que as crianças são pouco transmissíveis. Além disso, existe um receptor chamado ECA2 [enzima conversora de Angiotensina-2], ligado ao vírus, que é menos presente no nascimento e nos primeiros anos de vida. Podem ter outras causas também, como a imaturidade imunológica, de células ativadas nos adultos e que na criança quase não acontece”, explicou a pediatra Vívian Wunderlich da Rocha.

A médica destaca ainda que, na grande maioria dos casos, os sintomas são leves ou por vezes nem aparecem. “Quando tem, acontece uma congestão nasal e um dia de febre, por exemplo. Às vezes uma diarreia, que nem é sintoma respiratório. A maioria é de casos leves e são raríssimos os mais graves, que necessitaram de internação.”

Orientação

A médica infectologista Sandra Knudsen também ressaltou que, de fato, as crianças sofrem menos os impactos da doença. “Tem sintomas, mas dificilmente evolui para um quadro grave que precisa de internação. Então é uma realidade que em Venâncio foram pouquíssimos casos de crianças que precisaram de internação, comprovando que a doença costuma ser mais leve nelas.”

Apesar dos indicadores, Sandra observa que, com recém-nascidos ou crianças que ainda mamam, o diagnóstico pode ser mais difícil. “Nesses casos acontece como todas as viroses, pois têm um quadro mais difícil de diagnosticar. Isso já é uma característica dos bebês, de não apresentar quadros completos das infecções. Então precisa consultar e avaliar.”

A médica reforça que a orientação é a mesma em relação aos adultos: tratar e acompanhar a evolução. “Os cuidados são os mesmos. Precisa ficar em casa, afastar do convívio social e ter um acompanhamento médico.”

Casos positivados em Venâncio, conforme dados do e-SUS Notifica, até 14 de maio:

  • 300 (0 a 11 anos)
  • 328 (12 a 18 anos)
  • 1.702 (19 a 29 anos)
  • 1.817 (30 a 39 anos)
  • 1.549 (40 a 49 anos)
  • 1.387 (50 a 59 anos)
  • 774 (60 a 69 anos)
  • 345 (70 a 79 anos)
  • 155 (mais de 80 anos)

“Os pais precisam ficar atentos a possíveis sinais de gravidade, como febre alta, aperto no peito, um sintoma respiratório, por isso é interessante ter um oxímetro em casa. Se constatada a Covid, é manter o isolamento, tomar bastante líquido e ter acompanhamento de um médico.”

VÍVIAN WUNDERLICH DA ROCHA – Pediatra

Internações

De acordo com a plataforma Covid do Governo do Estado, onde são monitoradas as internações em hospitais, o Rio Grande do Sul tinha, ontem à tarde, 105 crianças internadas por conta da doença ou suspeita dela. Eram 20 em UTI pediátrica e 85 em leitos fora da UTI.



Débora Kist

Débora Kist

Formada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) em 2013. Trabalhou como produtora executiva e jornalista na Rádio Terra FM entre 2008 e 2017. Jornalista no jornal Folha do Mate desde 2018 e atualmente também integra a equipe do programa jornalístico Terra em Uma Hora, veiculado de segunda a sexta, das 12h às 13h, na Terra FM.

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