Made in Venâncio: do Uruguai até o Vietnã, para onde vão os produtos feitos aqui

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O 2020 não foi fácil. Não bastasse o impacto na saúde, a pandemia afetou diversos segmentos, como a indústria, que tem seu dia lembrado hoje. As exportações, por exemplo, tiveram uma queda significativa em Venâncio Aires em relação ao ano anterior – 25%.

Mas, mesmo com a diminuição nos indicadores, o nome do município segue percorrendo continentes e muitos produtos ‘made in’ (fabricado em) Venâncio chegam a mercados mundo afora. O tabaco, naturalmente, é o principal deles, mas daqui também saem erva-mate, carne, materiais de plástico, vidro e madeira, além de máquinas e instrumentos mecânicos.

Para aqueles os quais a pandemia atrasou um pouco os planos de se alcançar caminhos mais longos no mapa-múndi, os objetivos seguem os mesmos: desbravar novas fronteiras. É o caso da ervateira Elacy que, desde 2011, exporta parte da produção para Uruguai, Chile e Argentina, os principais clientes. O próximo passo é levar a erva-mate processada na Linha Ponte Queimada para países mais longínquos no globo, como Síria, Líbano e Turquia, no Oriente Médio.

“Muitos países árabes já consomem chimarrão e até tínhamos marcado diversas visitas em 2020. Mas, com a pandemia, tudo foi cancelado”, revelou o proprietário da Elacy, Gilberto Heck. O empresário destaca que esse atraso na busca de novos mercados foi o principal impacto negativo no ano passado, já que a ervateira manteve os volumes de produção e exportação: das 4,26 mil toneladas de erva produzidas, 2,62 mil toneladas foram exportadas – 61%.

Enquanto o Oriente Médio se mostra um mercado promissor como apreciador do chimarrão, há quem compre erva para ser matéria-prima. Segundo Gilberto Heck, outro objetivo é a exportação para a Europa, onde na Alemanha, por exemplo, o produto é usado para fabricação de refrigerantes.

Carne na Ásia e na África

No próximo mês, fará três anos que Venâncio Aires realizou a primeira exportação de carne. Foi em junho de 2018, que o frigorífico Boi Gaúcho, de Vila Mariante, embarcou 27 toneladas para Hong Kong, na China. De lá para cá, a empresa aumentou em 70% seus embarques para fora do Brasil.

Segundo o gerente de exportação, Fabricio Aguiar, mesmo com a pandemia, o frigorífico vem crescendo e, em agosto, deve passar de 300 cabeças de gado abatidas por dia para 450.

Atualmente, 40% de toda a produção é exportada, cerca de 1.296 toneladas por ano, entre cortes de músculo, patinho e lagarto, além de miúdos, como o bucho. Os principais destinos são Hong Kong e Vietnã, na Ásia, e a Costa do Marfim, na África.

Quase 40% das exportações da Alliance em 2020 foram para a União Europeia (Foto: Divulgação/Alliance One)

Inovação para manter o fluxo comercial

Em todo o ano passado, as exportações de Venâncio Aires chegaram a 518,7 milhões de dólares, dos quais 503 milhões foram só de tabaco – quase 97% dos negócios. O principal carro-chefe das cifras no exterior também precisou se adaptar aos desafios impostos pela pandemia e foi necessário adotar alternativas, como aconteceu na Alliance One.

De acordo com a área de Comunicação e Responsabilidade Social da empresa, devido a restrições de viagens e visitação à empresa, catálogos de amostras de classes e blends (mistura de diferentes classes de tabaco para o processamento) foram desenvolvidos e disponibilizados para clientes no mundo todo. Com isso, o fluxo comercial se manteve virtualmente ativo.

Para isso, a tecnologia foi uma aliada em todas as fases da negociação e a Alliance One efetivou os processos de pré-venda, venda, embarque e pós-venda por meio do envio de amostras e videoconferências, além de relatórios diários e registro em vídeo do processamento do tabaco. Isso permitiu, também, o monitoramento dos cuidados de prevenção à Covid.

Ainda conforme a empresa, as mudanças nos procedimentos comerciais asseguraram que os clientes, mesmo distantes, pudessem supervisionar as etapas e negociar com mais tranquilidade.

Os destinos das exportações da Alliance One em 2020 foram a União Europeia, com 39%; 24% ao Extremo Oriente; 14% à América do Norte; 9% à África/Oriente Médio; 8% ao Leste Europeu; e 6% à América Latina.

Dicas da Confederação Nacional da Indústria (CNI) sobre o uso da inovação em meio à pandemia:

  • Considere aprimorar seu modelo de negócio
  • Busque parcerias para fomentar a inovação
  • Conheça as opções de financiamento
  • Reforce e amplie a digitalização de processos e o uso do trabalho remoto
  • A digitalização cria oportunidades
  • Use a tecnologia a seu favor
  • Inovação e sustentabilidade têm tudo a ver
  • Considere alternativas locais na sua cadeia de fornecedores


Débora Kist

Débora Kist

Formada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) em 2013. Trabalhou como produtora executiva e jornalista na Rádio Terra FM entre 2008 e 2017. Jornalista no jornal Folha do Mate desde 2018 e atualmente também integra a equipe do programa jornalístico Terra em Uma Hora, veiculado de segunda a sexta, das 12h às 13h, na Terra FM.

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