Dirceu Inácio Pires: o autor da música ‘Tordilho Negro’

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Foi em Rio Pardo, que Dirceu Inácio Pires, 85 anos, cantou a música Tordilho Negro e foi gravado por Teixeirinha, sem saber. Depois, a música fez sucesso na voz do tradicionalista, mas Detio, como é conhecido, nunca teve reconhecimento sobre a autoria da música. O aposentado se orgulha de ter escrito uma música tão conhecida, mas lamenta que muitos não sabem da origem da letra.

Em meados de 1960, Detio estava tocando uma valsa com a letra do Tordilho Negro, de seu autoria, sem saber que estava sendo gravado, durante um programa na Rádio de Rio Pardo comandado por Teixeirinha. “Nem sabia que existia gravador naquele tempo.” Um tempo depois, o trovador escutou a música tocando na rádio pela voz de Teixeirinha. “Ele tinha um programa e tocou a música. Depois ficou como se fosse dele, mas a letra é minha”, esclarece.

O morador de Passo do Sobrado nunca recorreu à Justiça para ter reconhecimento, pois não tinha registro da música. Ele sempre tocou e cantou em bailes, trovou em rodeios e tem muitas músicas escritas. “Hoje não adianta, não tem o que fazer, eu errei em não ter registrado ou ido atrás logo que ele lançou a música”, complementa o aposentado, que tem mais canções escritas, e algumas até gravadas com sua autoria por outros cantores.

Segundo Detio, Teixeirinha apenas alterou o ritmo da música: de valsa, fez uma vaneira. O passo-sobradense conta que o próprio cantor afirmava que a canção era de autor desconhecido. Porém, em 1985, dias antes de morrer, Teixeirinha iria participar de um rodeio em Alto Paredão, no interior de Santa Cruz do Sul, e a organização já havia conversado com ele para reconhecer Detio como autor. “Tínhamos arrumado até um tordilho negro para ele. Estava tudo certinho, eu estava animado, mas oito dias antes Teixeirinha faleceu, infelizmente.”

  • Detio canta outra música de sua autoria, ‘Cuida na mão’:

INSPIRAÇÃO

As canções de Detio também servem para trovas. Todas são inspiradas em histórias que ele viveu ou presenciou. “Tenho música que fala de padre, da lida no campo, de histórias de pessoas. Eu sempre gostei de música, tenho facilidade em criar poesias, até me arrisquei quando solteiro a ter um grupo. Cantávamos muito na região”, relembra.

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