Apesar do frio, produtor celebra bom desenvolvimento do tabaco

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Na última semana, deu até para tirar uma roupa mais leve do roupeiro, afinal, as temperaturas subiram de forma gradativa ao longo dos dias, deixando o clima mais agradável. Esse ‘veranico’ favoreceu alguns segmentos da agricultura, como por exemplo, o tabaco que foi plantado mais cedo do que na época considerada tradicional, que seria em julho.

Quem viu esse crescimento de perto foi o agricultor Erio Horbach, 57 anos, de Linha Marechal Floriano. Ele e a esposa, Isonete Aparecida de Souza, 41 anos, decidiram realizar uma experiência na propriedade: plantaram o tabaco no dia 17 de maio. “Ano passado, a gente plantou em 22 de julho e, nesse ano, arriscamos ainda mais. Decidimos plantar em maio para fugir da seca”, comenta o produtor.

O casal plantou 35 mil pés de tabaco nesta safra, 25 mil em maio e 10 mil em junho. “Toda nossa safra está na lavoura, o fumo está bonito, se desenvolvendo bem”, diz. A ideia dos agricultores era antecipar a safra e, para isso, prestaram atenção na previsão do tempo, visto que eram aguardados dias com frio intenso. “A gente queria que quando a geada chegasse, o fumo estivesse bem ‘embalado’. Assim, ele não vai sofrer tanto. Claro, a gente corre riscos, mas assim, o fumo está firme na terra, o crescimento para nos dias frios, mas tem muitas vantagens”, esclarece Horbach.

A família reside em um ponto alto da localidade, que já faz divisa com Linha Antão. O vento, na manhã de ontem, mostrou que, por lá, tem bastante força. “A gente fica tranquilo. Esse tabaco que temos na lavoura já passou por temperaturas de dois graus esses dias, 400 milímetros de chuva e está bonito. Nosso objetivo é ter um fumo bom”, salienta.

Expectativa com o tabaco

Essa é a terceira safra da família em Linha Marechal Floriano e a expectativa é que seja a melhor. “A primeira a gente não conhecia a terra, plantamos tarde. Ano passado foi bom, apostamos na crotalária, e nesse ano estamos em busca de qualidade e cor”, detalha Isonete.

Apesar de estarem cientes de que o tabaco pode não chegar a uma altura considerada normal, eles acreditam que a experiência será válida pela qualidade na folha e na cor, pois a meta é terminar a colheita em novembro. “Se tudo der certo, no dia 25 de agosto a gente tira o baixeiro”, diz ela.

Uma das vantagens que o casal reforça é que no verão, em dezembro, o tabaco já estará todo colhido. “No período mais quente do ano a gente já vai estar pronto. O fumo não vai queimar com o sol. Vale a pena arriscar e plantar um pouco antes, a gente tem uma classe melhor depois”, conclui a produtora.

“Na agricultura a gente precisa testar e arriscar. O tabaco plantado cedo só para o crescimento nas semanas frias. Depois vem aquele calorzinho e ele cresce de novo. A gente não tem mais inverno rígido como antigamente.”

ERIO HORBACH – Produtor rural

Impressões do repórter

Venho acompanhando nesses últimos meses as experiências dos agricultores na lavoura. Em todas as culturas o teste é válido. Claro que em alguns momentos é arriscado, mas assim como o exemplo dos produtores de Linha Marechal Floriano, temos tantos outros exemplos como a família Gullich, de Linha Isabel, e a família Reckziegel, que plantou o tabaco em fevereiro, que podem dar certo.

Quem trabalha dia a dia na lavoura pode, mais do que nunca, perceber as nuances do clima e a necessidade de adaptar o cultivo. Sem contar que cada região tem o seu clima e suas características. Plantar o tabaco fora de época, é uma alternativa, mas ainda uma experiência que no futuro, quem sabe pode ser o ‘novo normal’.

Rosana Wessling – Repórter da editoria de Rural da Folha do Mate

Lavoura de Horbach chama atenção por quem passa na estrada que liga Linha Marechal Floriano à Linha Antão e Monte Alverne (Foto: Rosana Wessling/Folha do Mate)

Previsão

• A semana iniciou com a atuação de uma massa de ar frio e seco que mantém as temperaturas baixas e com possibilidade de formação de geada, principalmente nas regiões de maior altitude.

• Segundo o Núcleo de Informações Hidrometeorológica da Univates (NIH), mesmo com o sol e poucas nuvens, as temperaturas não sobem muito no decorrer do período. A partir da segunda metade da semana o frio perde força e as temperaturas têm um aumento gradual ficando agradáveis.

• “Na primeira metade da semana as máximas serão amenas e a partir de quinta-feira as temperaturas sobem de forma gradual e fica agradável a um pouco quente”, informou o NIH. A temperatura média entre segunda e sábado fica em torno dos 20 graus, sendo que a mínima absoluta pode ficar em torno de 3 graus hoje e, a máxima, em torno dos 27 graus no sábado, dia 24.

• Entre hoje e amanhã ainda poderá ter formação de geada forte e ampla na região. Na quinta-feira, 22, o NIH salienta que pode ter formação de geada nas baixadas dos pontos mais elevados da região. A previsão é de que a chuva retorne no fim de semana, a partir de domingo, 25, e segunda-feira, 26.

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