Na agricultura, a realização profissional

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Apesar de ainda ser jovem, Mateus Henrique Dias, 19 anos, já tem bastante experiência quando o assunto é agricultura. Ainda na adolescência, ele começou a se envolver com as atividades do campo, auxiliando um vizinho no cuidado com vacas de leite, o que envolvia a alimentação dos animais, a ordenha e o carregamento de silagem.
Entretanto, o gosto pela atividade começou ainda mais cedo, na infância, quando ele acompanhava o avô no campo e brincava, adorava brincar com os animais. “Desde pequeno, quando passava um trator eu saía correndo para ver”, recorda. Com 14 anos, o morador do Acesso 20 de Março começou a dar os primeiros passos para tornar a agricultura uma forma de se realizar profissionalmente.

Foi nessa época que o agricultor quis comprar o primeiro trator. Como ainda não tinha o bloco do produtor, por causa da idade, ele adquiriu o veículo com a ajuda da família. Aos 16 anos, o jovem se emancipou para conseguir fazer o próprio bloco do produtor e, assim, ter mais facilidade para buscar financiamentos para o custeio da produção e para a compra de maquinário.

“Comecei do zero. No primeiro ano só terceirizei o serviço, puxei e soquei silagem em outros produtores. No segundo ano, comecei a plantar. Foram quase 20 hectares de soja, milho e um pouco de aipim”, recorda. Mateus conta que, apesar de a família não trabalhar diretamente com a agricultura – o pai Juliano Pereira Dias é motorista na Secretaria Municipal de Saúde e a mãe Juliana Inês Kronbauer Dias, empregada doméstica – ele sempre recebeu apoio.

Os avós maternos, que já trabalharam com a plantação de aipim e durante uma época vendiam leite, também o incentivam. Além disso, a namorada Marcela Luísa Spohr, 20 anos, ajuda-o nas horas vagas com as atividades agrícolas e com a organização dos pedidos para serviços.

Trabalho

Hoje, a principal atividade desenvolvida pelo jovem é a terceirização de serviços agrícolas para produtores de Mato Leitão e de outros municípios da região. Os serviços prestados por Mateus são diversos, como o plantio de soja, milho e sorgo, uso de grade e rotativa e colheita de milho e sorgo para silagem. O mato-leitoense explica que optou por se dedicar mais à terceirização dos serviços porque acredita que ela oferece mais segurança, principalmente financeira.

Ele também planta milho em uma área do avô e outras arrendadas, com a finalidade de vender o grão. Em agosto deste ano, por exemplo, ele plantará 10 hectares da cultura. Para o jovem, o trabalho do agricultor é muito importante. “Se não tiver ele não temos comida”, comenta. Ele ainda defende que falta valorização do jovem na agricultura, principalmente em relação ao investimento inicial para começar o trabalho.

Inclusive, essa foi uma das principais dificuldades enfrentada por ele. O morador do Acesso 20 de Março também acredita que o baixo valor pago pelo que se produz no campo é um motivador para o jovem deixar a atividade. “Imagino que, no futuro, vão faltar pessoas para trabalhar na agricultura”, avalia.

Para o futuro, Mateus pretende concluir o Ensino Médio – algo que ele já estava programado para fazer, mas foi adiado em função da pandemia da Covid-19 – e talvez cursar um técnico na área. E destaca que não pretende parar de trabalhar com a agricultura. “Se um dia não der certo o meu negócio, vou seguir trabalhando com alguém.”



Taís Fortes

Taís Fortes

Repórter da Folha do Mate responsável pela microrregião (Mato Leitão, Passo do Sobrado e Vale Verde) e integrante da bancada do programa jornalístico Terra em Uma Hora, da Terra FM

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