Tabaco precoce garante antecipação e planejamento da colheita

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Uma boa safra de tabaco começa na escolha de uma boa semente. Mas, além da qualidade, é necessário que o produtor se adapte ao cultivo e que a planta se desenvolva bem na propriedade, afinal, cada solo tem suas características.

Vilmar José Sehnem, 44 anos, e Sandra Beatris Sehnem, 47 anos, moradores de Rincão de Nossa Senhora, no interior de Passo do Sobrado, encontraram, há cerca de 10 anos, duas variedades de sementes de tabaco que facilitaram a vida da família.

Desde então, há oito anos integrados à China Brasil Tabacos, eles plantam duas variedades: o PVH 2310 e o AOV708. A primeira é uma variedade de ciclo mais curto, o tabaco precoce, a segunda uma mais tradicional. “O diferencial é na lavoura. Se eu plantar o precoce e a variedade normal no mesmo dia, eu consigo colher o precoce 30 dias antes”, explica o produtor.

Esse ganho de cerca de um mês na lavoura trouxe benefícios para toda a safra. “Consigo escalonar a colheita. Depois, quando a outra variedade está no ponto, já finalizei a colheita do baixeiro. Com isso, consigo secar ele melhor na estufa”, frisa Sehnem.

Neste ano, a família plantou 80 mil pés de tabaco, 35 mil da variedade precoce. “Quando eu comecei, o precoce era uns 10% do total. Ao longo dos anos, fomos aumentando pois ele tem mais qualidade e assim conseguimos organizar melhor nossa safra”, destaca.

Um dos diferenciais é que a família não precisa depender de mão de obra extra. “A gente troca serviço com um vizinho, há anos. Mas não contratamos peão, pois é bem difícil aqui. E com essas duas variedades a gente consegue organizar melhor nossa colheita.”

tabaco precoce
São 35 mil pés da variedade precoce que devem ter a primeira apanha no fim de setembro (Foto: Rosana Wessling/Folha do Mate

Segundo o produtor, o precoce produz menos em arroba, mas ganha em quilos. “Ele tem qualidade do baixeiro até a ponta. É um fumo mais fino de folha clara. A produtividade é menor, mas a qualidade compensa”, garante.

A expectativa é de que a colheita da variedade precoce ocorra em setembro. “Plantei em 20 de julho. Em 70 dias já tiro o baixeiro. A outra variedade leva uns 85 dias para tirar o baixeiro.” Os cuidados e o cultivo com ambas as variedade são iguais, o diferencial é o ciclo menor e, como ele tem menos massa, acaba amarelando de forma mais rápida.

Resteva

Com essa decisão de cultivar duas variedades de tabaco, Sehnem ganhou tempo para apostar e diversificar em outras culturas nos 15 hectares da propriedade. Como o ciclo da variedade precoce é mais curto, ele sai antes da lavoura, com isso, a família consegue plantar milho na resteva. “Depois ainda dá tempo de preparar a terra e colocar aveia para a próxima safra de fumo. Então isso é muito bom. Consigo diversificar, e ir alternando a terra que planto o milho.”

A família planta milho na resteva para alimentar os animais que são criados na propriedade, todavia, todos para consumo familiar. Conforme o orientador agrícola da CBT que atende a família Sehnem há três safras, Marcelo Leandro Sasse, o produtor se adaptou às duas cultivares e esse acerto com as duas variedades traz resultados positivos para a safra de tabaco e toda a gestão da propriedade.

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