O Brasil enxovalhado

Manifesto da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), presidida por Paulo Skaf, com apoio de várias outras entidades empresariais do país, pedindo entendimento entre os Poderes, seria publicada nesta semana, mas por negociação do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, não sairá antes do 7 de setembro, data em que estão previstos movimentos em todas as capitais, em defesa da Pátria e do presidente Bolsonaro. A ‘carta’ refere a má imagem do Brasil no mundo. Concordo plenamente e recordo de outros tempos. Afinal o Presidente é cara do país ao mundo.

Em 1998 estive nos Estados Unidos, com um grupo de diretores de jornais do interior. Ouvi orgulhoso americanos falarem bem do Brasil e da liderança positiva do presidente Cardoso (Fernando Henrique Cardoso). Um presidente que tirou o pais de uma inflação histórica e o colocou nos trilhos do crescimento e bem visto aos olhos do mundo. Além disso FHC, era um grande orador, que discursava em inglês, quando preciso.

Depois veio Lula, que herdou um país nos trilhos e implantou seu estilo populista, de bravatas, como numa conferência em Paris onde – ao lado de Jaime Lerner – disse que no Brasil tinha 25, 30 milhões de crianças nas ruas, e achava graça da sua mentira. O presidente americano Barack Obama, impressionado, chegou a chamar Lula de ‘o cara’ pela suas ações sociais. Mal sabia Obama e o mundo o que seria revelado logo depois, que Lula na verdade liderava uma quadrilha, que assaltou o país por mais de uma década, desviou bilhões de reais dos cofres públicos e provocou uma estripulia, manchando o nome do país. Viramos um país de políticos ladrões. Veio Dilma, definida pelos adversários como ‘anta’ e virou piada. Caiu Dilma e o vice Temer assumiu, até Bolsonaro se eleger em 2018, como voto de protesto para desalojar a ‘quadrilha’ do poder. Um militar destrambelhado desde os tempos de deputado carioca. Lembro de debates na TV aos sábados a tarde nos anos 90 entre Bolsonaro e Roberto Jefferson, dois doidos.

Tem toda razão a Fiesp e as entidades empresariais em cobrar um entendimento para estancar a ‘enchovalhação’ que está sendo feita do Brasil lá fora, potencializada pelos que perderam as ‘tetas’ no governo com a a queda do PT. Leia-se grande mídia, artistas, intelectuais, especialistas e militantes de esquerda. Não vai ser fácil ‘limpar’ a imagem do Brasil novamente depois do que vivemos nas duas primeiras décadas do século XXI.



Sérgio Luiz Klafke

Sérgio Luiz Klafke

Diretor de Conteúdo e colunista da Folha do Mate

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