Produtores de Venâncio iniciam colheita do brócolis

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Os primeiros resultados observados pela família Dresch, de Vila Palanque, já mostram que a produção de brócolis é rentável e lucrativa. Na última semana, pai e filho fizeram a colheita de dois mil quilos da verdura, que foram comercializados para a Grano Alimentos, de Serafina Corrêa.

Conforme Valdir José Dresch, 65 anos, a família ficou sabendo, por meio da Emater-RS-Ascar, da procura da empresa por produtores de brócolis. Com a decisão do filho Jackson Eduardo Dresch, 18 anos, de permanecer no campo, optaram por diversificar a produção.

Neste ano, eles plantaram 50 mil pés. Destes, 30 mil em Linha Estância São José e 20 mil em Linha Herval, onde arrendaram terras. As mudas foram plantadas em 2 e 3 de junho e, dentro de 90 dias, os agricultores iniciaram a colheita. “Estamos colhendo e vendendo aquilo que está no ponto”, frisa Dresch.

O produtor aconselha que a terra precisa ser boa. “Assim a gente faz uma produção boa e consegue bons resultados.” O agricultor comenta que o ciclo do brócolis é curto, se comparado com outras culturas, mas exige bastante dedicação. “A gente está de dois em dois dias na lavoura fazendo tratos culturais de acordo com o recomendando pela empresa. Mas tem coisa que a gente consegue mecanizar, daí facilita”, comenta.

O diferencial destacado por Dresch é a produção fora da safra. “A gente planta o brócolis quando não tem outra cultura. Agora, a gente tira o brócolis e planta milho e feijão. Assim, a terra estaria parada. Vale a pena”, considera.

A família salienta que esse primeiro ano serviu de experiência. “A gente aprendeu a trabalhar no brócolis”, destaca. A ideia, para o próximo ano, é plantar 100 mil pés de forma escalonada, em três etapas.

Incentivo

No início, a empresa de Serafina Corrêa sentiu a dificuldade de encontrar produtores de Venâncio Aires interessados no cultivo. “A gente sabe que falta produtor. Eu perdi 5 mil mudas na terra por ser ‘terra fraca’. Mas precisamos arriscar e logo se aprende”, comenta.

Dresch diz estar satisfeito com a produção e aguarda toda a venda para fazer uma avaliação final. Todavia, ele destaca o descontentamento com a falta de apoio público. “A gente conversa com produtores de outros municípios e a coisa é diferente. Aqui a gente não recebeu ajuda no frete, nem uma carga de material na entrada da roça consegui. Isso desmotiva um pouco, pois falam em diversificação mas não apoiam”, desabafa Dresch.

O produtor de Vila Palanque acredita que seria importante o Poder Público auxiliar com calcário e no transporte, assim como ocorre em outros municípios. “Os outros produtores têm incentivo. Nós de Venâncio também poderíamos, assim mais pessoas iriam apostar na cultura.”

A família comenta que toda a orientação técnica foi realizada pela empresa e por extensionistas da Emater de Venâncio Aires.

Atualmente, em Venâncio, segundo a Emater-RS/Ascar, 25 produtores comercializam o brócolis. São 9,5 hectares de cultivo da hortaliça. Porém, essas áreas não são cultivadas apenas uma vez. Alguns produtores fazem mais de um cultivo da verdura no ano.

“O guri queria ficar na roça, então, além do milho que é nosso carro-chefe, fomos em busca de outra cultura que permitisse a diversificação. Deu certo, e nossa ideia é continuar, mas gostaríamos de mais incentivo do Município.”

VALDIR DRESCH
Agricultor

Sobre a parceria da Grano com os produtores de brócolis

• A parceria da Grano Alimentos com os produtores já está em andamento em Vale Verde, Barros Cassal, Vale do Sol, Passo do Sobrado, Encruzilhada do Sul e Vera Cruz.

• Segundo o orientador agrícola da Grano, Márcio Pedrotti Almeida, o objetivo da parceira é ter produtores que forneçam o brócolis para comercialização em grandes redes de alimentação e supermercados atendidos pela Grano.

• Conforme Almeida, a Grano é responsável por cerca de 60% do mercado nacional de hortaliças congeladas.

Após a colheita, o produtor é responsável pelo transporte do brócolis até a Grano Alimentos (Foto: Roni Müller/Folha do Mate)

• O carro-chefe da empresa é o brócolis. “A Grano tem marca própria e também trabalha para marcas como Sadia, Seara e outras”, afirma. Por conta dessa demanda, de cerca de 15 mil toneladas de brócolis, por ano, a Grano precisou expandir a produção nas lavouras.

• No próximo ano, a meta é de que cada produtor possa plantar 100 mil pés. O agricultor recebe toda orientação técnica e o transporte do brócolis até a empresa é custeado pelo produtor rural. Em Passo do Sobrado, por exemplo, a Prefeitura ajuda com 30% desse custo.

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