A Casa de Acolhimento passou por uma série de mudanças e alterações na estrutura física e equipe de trabalho para atender a reformulação proposta pela legislação dos abrigos institucionais. Desde agosto do ano passado, o espaço conta com a coordenação do administrador Cássio Silva. O Comitê Ação da Cidadania Contra a Fome e Miséria de Venâncio Aires, que mantém a Casa, é presidido por Vera Wachholz.
Atualmente, são 17 crianças e jovens de até 18 anos atendidos, encaminhados via determinação judicial, em casos de negligência, violência e violação dos direitos das mais diferentes formas. Em alguns casos, são também encaminhados pelo Conselho Tutelar.
Recentemente, a equipe de trabalho da casa foi renovada, sendo que agora todas as cuidadoras têm formação em Pedagogia – sendo duas já formadas e outras três com curso em andamento. Segundo o coordenador, Cássio Silva, a intenção é qualificar cada vez mais os serviços, com pessoas treinadas para, mais do que cuidar, auxiliar na questão pedagógica. “Os profissionais de Pedagogia contribuem por ter essa formação específica. As cuidadoras conseguem unir a brincadeira com o aprendizado e isso facilita muito”, reforça.
A psicóloga Évelin Fröhlich, que atua na instituição desde 2018, avalia que as mudanças são positivas e visam cada vez mais prestar um serviço de qualidade às crianças e aos adolescentes que precisam da acolhida. “Essa estruturação para profissionalizar o serviço foi muito pensando na qualidade de vida e desenvolvimento das crianças, para que eles tenham melhores condições em relação à convivência social e ao desenvolvimento emotivo”, ressalta.
Ela também reforça a importância de profissionalizar a gestão para garantir a funcionalidade das atividades com foco no bem-estar e desenvolvimento das crianças e jovens. “Nosso olhar como equipe é proporcionar um acolhimento profissional, mas sem esquecer da questão do afeto. A ideia é que a gente consiga cuidar dos vínculos e contribuir para que eles saiam daqui melhores do que entraram”, salienta.
Ela cita que a equipe trabalha de forma muito forte a questão do protagonismo, de fazer com que, principalmente os jovens, criem a independência e autonomia para seguirem suas vidas depois de completar a maioridade. “Estimulamos a realização de cursos, inserção no mercado de trabalho e o fortalecimento do aprendizado na escola. Fazemos um planejamento para que saiam daqui bem encaminhados”, completa.
Cássio Silva reforça que a possibilidade de trabalho por meio do programa Jovem Aprendiz também possibilitou aos jovens adquirirem experiência e oportunidades de atuação muito antes de atingir os 18 anos. “Com o Jovem Aprendiz, eles têm a oportunidade de ter experiência profissional e se inserir no mercado de trabalho. Então deixamos essa renda reservada para quando saírem daqui já terem uma segurança”, afirma o administrador.
Espaço reestruturado para mais conforto e privacidade
Entre as mudanças na Casa de Acolhimento também está a divisão dos espaços administrativos do local de convivência dos moradores. Com a intenção de tornar a vivência da casa mais prazerosa e o espaço mais parecido possível com um lar, uma casa tradicional, o espaço foi dividido.
As crianças e adolescentes têm uma rotina preestabelecida, frequentam a escola, têm horários das refeições, das atividades escolares e lazer. Também participam de atividades realizadas fora do ambiente da casa. “Nosso objetivo quando entram aqui não é que sejam privados das atividades, muito pelo contrário. Temos a obrigação de manter os vínculos comunitários e familiares”, ressalta a psicóloga Évelin Frölich.
A intenção, agora, é oferecer oficinas, realizadas pelas cuidadoras. A primeira delas será de culinária. Além disso, está em andamento o projeto da brinquedoteca na casa. “Vamos procurar tornar a casa um ambiente bastante diversificado nas opções de lazer para eles”, garante o coordenador Cássio Silva. Também estão previstas capacitações para a equipe de trabalho para qualificação ainda maior dos serviços e do atendimento.
SAIBA MAIS
1 Inaugurada em 2005, a instituição que fica no bairro Coronel Brito atendia, inicialmente, além de crianças e adolescentes, mulheres vítimas de violência e familiares de pessoas internadas na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), que são de fora do município.
2 Em 2018, foi realizada a mudança da nomenclatura de Casa de Passagem para Casa de Acolhimento, com a alteração também do foco do atendimento, com foco na acolhida de crianças e adolescentes.
3 A Casa se mantém com recursos repassados pela Prefeitura de Venâncio Aires. “Fizemos um planejamento e prestamos conta dos recursos, mas precisamos lidar com os imprevistos. Por isso são importantes as doações e participações em outros projetos para que possamos implantar tudo que queremos”, explica o coordenador Cássio Silva.
4 Também por meio, principalmente, de entidades, a casa recebe doações de roupas, alimentos e valores em dinheiro.
5 A equipe convida a população a acompanhar o trabalho que vem sendo desenvolvido pela instituição por meio das redes sociais @casadeacolhimetova no Facebook e Instagram. Além de mostrar um pouco da rotina, por meio das plataformas são divulgadas ações e itens necessários para doação.
“Nosso papel é priorizar a defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes. Essa estruturação se deu porque entendemos que esse é o caminho para garantir o direito deles da melhor forma.”
ÉVELIN FRÖHLICH
Psicóloga
Equipe de trabalho
Cássio Silva – Administrador/Coordenador
Évelin Fröhlich – Psicóloga
Josiane Hartung – Assistente social
Paulo Ferreira – Motorista
Cuidadoras
Ana Elisa Padilha
Cíntia Furlan de Almeida
Cristina de Oliveira
Luíza de Borba
Marciana Vogel
Marlise Berte
Marli Horbach – auxiliar de cuidadora
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