Com a flexibilização dos protocolos, eventos sociais voltam a acontecer

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Depois de um ano e meio de restrições provocadas pela pandemia, o cenário de festas e eventos começa a mudar. Aqueles que tiveram festividades adiadas agora podem realizá-las, pois os protocolos de proteção contra a Covid-19 foram flexibilizados com a possibilidade de mais convidados. As pistas de dança ainda não foram liberadas, mas a expectativa é de que o Estado permita, a partir de 1º de outubro, para eventos sociais familiares e festas infantis.

Michele Fernanda de Nascimento é auxiliar contábil e também atua na equipe de assessoria de eventos da Marioni Wendt. Ela teve que adiar a festa de casamento com Matheus Dellucas da Silva por duas vezes. A primeira data marcada foi no dia 6 de março e a segunda em 8 de maio deste ano, nas duas ocasiões a cerimônia e a festa tiveram que ser adiadas devido à condição da pandemia da Covid-19. O tão sonhado momento aconteceu no último sábado, 11, na igreja Assembleia de Deus.

“Foi muito complicado, uma das dificuldades era sempre conciliar todos os fornecedores. E por outro lado, a ansiedade tomava conta da gente”, lembra. A festa de 150 convidados teve jantar e fotos que respeitaram todos os protocolos e não contou com a pista de dança, também, pois a religião do casal não permite. “Estamos muito felizes, foi mágico e mais especial ainda devido o tempo que esperamos”, completa.

Protocolos vigentes

1. Conforme a fiscal de posturas de Venâncio Aires, Daniele Mohr, atualmente são permitidas festas de até 20 pessoas em residências e locais não-licenciados. Para que o número de pessoas exceda essa capacidade, é necessário autorização do município.
2. Em caso de eventos maiores, são permitidas 300 pessoas, todas sentadas, com no máximo oito pessoas em cada mesa e com distanciamento de dois metros entre as mesas.
3. Já shows e espetáculos só são permitidos com 20% da capacidade total do local.
4. Segundo Daniele, se percebe um aumento das festas e a retomada dos eventos que estavam adiados há bastante tempo. Também, eventos e programações realizadas pelo município e uma maior flexibilização do parque provocam essa movimentação maior. “Temos pedidos de autorizações para festas em todos os fins de semanas, princialmente casamentos e festas de 15 anos”, observa.

Casamentos

• Segundo o pároco padre Rodrigo Hillesheim da paróquia católica São Sebastião Mártir, entre abril de 2020 até agosto deste ano, aconteceram entre três e quatro casamentos na igreja matriz. Estão marcados nove casamentos e os noivos passam agora pelo curso de preparação.
• Já na Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB), de Venâncio Aires, conforme a pastora Rosângela Hessel, não houve nenhum casamento desde que a pandemia da Covid-19 iniciou e também não há cerimônias agendadas.

Profissionais estão otimistas

Profissionais como cerimonialistas, fotógrafos, decoradores, músicos e donos de casas de festas também foram prejudicados com toda a paralisação de eventos. Desde março de 2020, quando os protocolos de cuidados contra a Covid-19 começaram a vigorar, esses profissionais deixaram de exercer sua função. Agora, um ano e meio depois, a retomada é lenta e gradual, mas os profissionais estão confiantes com a demanda de trabalhos e com a recuperação financeira.

A cerimonialista de eventos Marioni Wendt destaca que muitas pessoas acabaram desistindo dos seus eventos, por esperarem tanto tempo, principalmente formaturas e festas de 15 anos. “Os casamentos foram todos prorrogados, até porque é um sonho que não tem idade”, observa. A profissional relata que ainda tem dois eventos para recuperar que já estavam marcados e não puderam acontecer.

Equipe de Marioni Wendt retomou os cerimoniais no último fim de semana, com o casamento de Michele, uma das integrantes da equipe.

Marioni enfatiza que, mesmo com a retomada das festas, praticamente todas ocorrem com um número menor de pessoas. “Percebemos que os eventos não estão tão grandiosos, também pela pandemia ter afetado o lado financeiro das pessoas”, comenta. Também, segundo a cerimonialista, a pandemia fez as pessoas repensarem na hora de selecionar os convidados. “Agora só são convidadas as pessoas que realmente são importantes e próximas”, afirma.

Marioni, que também é cantora, fez a sua primeira assessoria de eventos depois da pandemia, no último sábado, 11, quando uma de suas companheiras de equipe casou. Em barzinhos do município, as apresentações já forma retomadas há cerca de três meses.

Para o músico Fernando Rodrigues, mais conhecido como Sche Rodrigues, o retorno para atividade em bares e locais públicos aconteceu há dois meses. No entanto, segundo ele, eventos de grande porte ainda não voltaram a acontecer. “Eventos particulares e festas menores têm bastante, já estou com o mês de setembro cheio e a agenda e outubro já está começando a tomar forma”, garante. O músico faz apresentações solo no voz e violão e também com sua banda. Por mês, Sche são de 15 a 17 eventos.

Sche Rodrigues faz apresentações em eventos particulares e bares do município. (Foto: Divulgação)

Expectativa

O proprietário da casa de festas Fuzarka, Mateus Porto, enfatiza que a periodicidade de eventos melhorou muito. “São eventos enxutos, com menos pessoas, no máximo 60”, explica. Porto ficou com seu empreendimento parado por cerca de 10 meses durante a pandemia e agora, já voltou a realizar de 15 a 20 festas ao mês, o que corresponde a 50% da quantidade que tinha antes da pandemia, que chegava a ser de 30 festas ao mês. “Estamos próximos do normal, é ótimo tudo estar voltando”, afirma.

O fotógrafo Rosnei Saldanha confirma que, a partir de outubro, a movimentação de festas agendadas é grande. O último evento do profissional foi em fevereiro de 2020. “Tem eventos de todo porte, pequenos, médios e grandes, mas claro que a tendência no pós-pandemia, são as festas mais particulares e menores”, afirma.

Mário Kist, é o responsável por cuidar da agenda de reservas da Associação Atlética Banco do Brasil (AABB) e garante que a retomada dos eventos é evidente. “Não são festas muito grandes, em torno de 30 a 40 pessoas, mas temos no mínimo uma festa por fim de semana acontecendo, e muitas estão sendo recuperadas do adiamento”, afirma.

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Luana Schweikart

Luana Schweikart

Jornalista formada pela Unisc - Universidade de Santa Cruz do Sul. Repórter do Jornal Folha do Mate e da Rádio Terra FM

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