A Semana Farroupilha de Venâncio Aires teve início no último sábado, 11, e, em 2021, o tema que marca a semana mais gaudéria do ano é ‘Os caminhos de Anita’. Anita representa as mulheres dentro do tradicionalismo e, na Capital do Chimarrão, muitas são exemplo e fazem parte da cultura gaúcha. A representação da patrona no âmbito estadual é de uma mulher, Liliana Cardoso, e em Venâncio Aires, Beatriz Regina Krug Colombelli está no posto. Confira a seguir quem são as Anitas da nossa cidade.
Beatriz Colombelli
A patrona dos festejos farroupilhas de Venâncio Aires é uma mulher. Ela tem 65 anos e a cultura gaúcha está presente na sua vida desde a infância. Mas, de forma mais efetiva, está atuando em cargos e entidades desde 2000.
A vida tradicionalista de Bea, como é carinhosamente conhecida, tem início com a participação da filha em uma invernada artística. Em 2003, a família filiou-se ao Centro de Pesquisas Folclóricas Terra de Um Povo e, acompanhando a filha Regina, Bea tornou-se patroa da entidade.
Também foi avaliadora de Cirandas Culturais de Prendas e Peões, participou do Departamento Cultural da 24ª Região Tradicionalista (RT) e foi madrinha de gestões regionais. Além de muitas participações em entidades associadas ao tradicionalismo, Bea também assina a coluna Cultura Gaúcha, na Folha do Mate, onde divulga feitos e fatos das entidades municipais, regionais e estaduais.
“Receber a homenagem de patrona dos festejos farroupilhas quando comemora-se o bicentenário do nascimento de Anita Garibaldi, se resume em gratidão. A temática ‘Caminhos de Anita’ tem por objetivo homenagear as mulheres e destacar feitos e fatos em suas trajetórias.”
BEATRIZ COLOMBELLI
Patrona da Semana Farroupilha 2021 em Venâncio Aires
Luce Carmen da Rosa Mayer
Ela é a coordenadora da 24ª Região Tradicionalista e tem 50 anos. O envolvimento de Luce com o mundo tradicionalista começou ainda jovem, quando em Barros Cassal frequentou o CTG Filastro Brum.
Em Venâncio, se aproximou da cultura gaúcha quando os filhos participaram de invernada artística, campeira e concursos de prenda e peão. Depois, passou a assumir cargos de liderança dentro das entidades, Associação Tradicionalista Venâncio-Airense (ATVA), 24ª Região Tradicionalista e Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG). Ela foi a primeira mulher a assumir a coordenadoria da 24ª RT e agora está na sua quarta gestão.
“O tradicionalismo é um local que a mulher pode mostrar que é capaz de desenvolver várias ações e estar à frente de vários setores. Hoje, temos mulheres patroas, laçadoras e coordenadoras. A participação da mulher vem sendo cada dia mais efetiva dentro da cultura gaúcha.”
LUCE CARMEN DA ROSA MAYER
Coordenadora da 24ª Região Tradicionalista
Rejane Rüdiger Pastore
Esta mulher é figura marcante quando se fala no Instituto Escola do Chimarrão. Foi a criadora do projeto, que iniciou em 1998, e a primeira presidente do instituto, em 2004. Ela tem 66 anos e agora é a secretária executiva do instituto.
Rejane destaca que as mulheres gaúchas desde muito tempo exerceram papéis importantes, também como administradoras dos lares e no apoio aos maridos. Essa atuação continua, conforme Rejane, ainda não em um número ideal, mas a presença da mulher na cultura gaúcha já aumentou e tem destaque.
“As mulheres gaúchas sempre foram muito fortes e atuantes. Elas já conquistaram e continuam conquistando seu espaço.”
REJANE RÜDIGER PASTORE
Secretária executiva do Instituto Escola do Chimarrão
Letícia Schmachtenberg
A jovem de 24 anos é a atual 1ª Prenda da 24ª Região Tradicionalista. Ela participa da cultura gaúcha desde os 7 anos e fez parte de entidades como os CTGs Chaleira Preta e Erva Mate. Para Letícia, a escolha de mulheres à frente dos festejos farroupilhas foi importante e Venâncio Aires aproveitou o ‘embalo’ para nomear também uma patrona, o que casa muito bem as oportunidades.
“As mulheres podem fazer o que quiserem, principalmente em uma cultura por vezes tão machista. Que cada vez mais mulheres ocupem cargos e funções dentro do tradicionalismo.”
LETÍCIA SCHMACHTENBERG
1ª Prenda da 24ª Região Tradicionalista
Estela Ferreira
Ela é a patroa do CTG Erva Mate, tem 46 anos e brinca que é envolvida nas tradições desde que nasceu. Porém, com 10 anos, o laço ficou ainda mais forte. Estela encara o momento como sendo a hora do empoderamento feminino no tradicionalismo. Enfatiza que todas são capazes de atuar na área e ela é a terceira mulher da entidade a assumir o cargo de patroa.
Estela reforça que, no CTG Erva Mate, Adeli Belina foi uma das sócias fundadoras da entidade e também a primeira patroa. Somente depois de 50 anos de fundação, uma segunda mulher assumiu o posto.
“As homenagens em nome de Anita são o estopim de tudo. A mulher tem um olhar diferenciado, mais sensível e organizado e isso todas trazem também para dentro do tradicionalismo.”
ESTELA FERREIRA
Patroa do CTG Erva Mate
Quem foi Anita Garibaldi?
• Rosane Teresinha Lehmen foi professora de História por 20 anos na Escola Estadual de Ensino Médio Cônego Albino Juchem e explica que Ana Maria de Jesus Ribeiro, mais conhecida como Anita Garibaldi, nasceu em 1821 e faleceu em 1849.
• Ela foi uma grande revolucionária, conhecida por seu envolvimento na Revolução Farroupilha, na luta pela república no Brasil e pela unificação da Itália. Com os alunos, Rosane enfatiza que sempre trabalhou a participação feminina na história e, ao tocar em Anita, questionava sobre a participação de e tantas outras mulheres, como mães de família e escravas na história. “Por muito tempo a história nega a participação feminina e Anita vem para mostrar o contrário. Ela traz a presença feminina que até então não existia”, afirma.
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