Facebook desativa o sistema de reconhecimento facial e deleta bilhões de registros

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As polêmicas envolvendo o Facebook não são raras. Entre várias denúncias, há especialmente os casos em relação ao armazenamento (e venda) de dados e à privacidade dos usuários, além de interferências e impactos em processos políticos de diversos países ao redor do mundo.

Todas estas críticas impactaram negativamente a rede de Mark Zuckerberg. Para reparar estes danos e tentar renovar a imagem da empresa, algumas decisões foram tomadas – uma das mais recentes foi a de excluir o sistema de reconhecimento facial.

O fim do reconhecimento facial

A empresa anunciou que vai descontinuar o sistema de reconhecimento facial, ativo há mais de uma década, além de excluir um imenso cadastro de mais de um bilhão de padrões registrados como parte de uma iniciativa para limitar a ferramenta em seus produtos e serviços.

A desativação deve ocorrer nas próximas semanas, e o impacto será sentido pelos usuários que não terão mais os rostos reconhecidos automaticamente em fotos, vídeos, stories ou outros conteúdos postados na rede social – com as famosas marcações automáticas.

Outra alteração ocorrerá com o AAT (Automatic Alt Text, ou “texto alternativo automático”), uma ferramenta que cria descrições de imagens para melhorar a inclusão de pessoas com deficiências visuais. Agora, a ferramenta não vai mais incluir automaticamente o nome das pessoas identificadas nas imagens.

Meta e o rebranding do Facebook

Uma das principais novidades em relação ao Facebook é a criação do Meta, uma marca em abreviação do termo metaverso.

Mais do que uma mudança de nome, o Meta tem como objetivo ampliar interações virtuais por meio de ferramentas de realidade virtual.

Na realidade, o Meta não substituirá o Facebook: o nome continuará sendo usado para designar a rede social. Instagram e WhatsApp também vão permanecer com os nomes atuais. Além disso, o Meta é uma empresa que agora engloba todas estas plataformas e as integra cada vez mais.

Questões de privacidade dos dados

A interrupção do programa de reconhecimento facial é claramente uma resposta às críticas que o Facebook tem enfrentado sobre privacidade e uso ético de informações.

Entre os principais pontos negativos apontados contra a ferramenta estão o perigo de exposição de grupos sociais marginalizados, preconceito e discriminação racial, vigilância abusiva e divulgação para usos de terceiros.

O Facebook declarou que a decisão foi tomada diante da comparação entre os prós e os contras da tecnologia e, como os riscos de exposição são mais elevados, a descontinuidade do recurso foi a melhor opção.

Mas é preciso ressaltar que apenas a ferramenta de reconhecimento facial do Facebook será removida. O Meta conta com outros mecanismos do tipo e eles não serão cancelados – o que nos faz questionar se realmente há um comprometimento da empresa com questões de privacidade dos usuários.

Mudanças com o Meta

O reconhecimento facial foi introduzido ao Facebook em 2010 para gerar marcações automáticas em vídeos e fotos, com base na observação das fotos postadas pelos usuários e a criação de um “padrão” identificado nas imagens.

Inicialmente, a ferramenta era mantida ativa de forma automática, e depois a opção de selecionar as marcações foi inserida.

Com o Meta, o recurso de DeepFace será mantido: um algoritmo que, na prática, aprofunda as capacidades de reconhecimento fácil para modelações 3D – o que sinaliza que, na verdade, a empresa não vai abrir mão de ferramentas de reconhecimento, mas sim aprimorar os processos existentes.

Os impactos verdadeiros da decisão de descontinuar o recurso de reconhecimento facial e quais as alterações do DeepFace com o Meta ainda são questões que precisam ser discutidas e estão longe de serem solucionadas.

Na prática, recursos de reconhecimento facial serão mantidos nos demais produtos englobados pelo Meta.

Dicas para proteger suas informações

Parece praticamente impossível falar sobre privacidade online no atual contexto de ferramentas e algoritmos cada vez mais poderosos e capazes de coletar, armazenar e distribuir informações de bilhões de pessoas – dos gostos musicais, produtos preferidos até alinhamentos políticos.

Mas há algumas dicas que podem te ajudar a melhorar sua privacidade online e sua segurança digital:

  • Filtre o conteúdo que você publica: ter bons critérios sobre o que você posta é uma boa forma de limitar o quanto as corporações sabem sobre você – afinal, a maior parte dos dados que elas coletam são fornecidos pelos próprios usuários;
  • Saiba sobre a política de privacidade dos produtos e serviços: para usar uma plataforma, se informe bem sobre as regras de privacidade e uso dos seus dados;
  • Use uma boa VPN: com uma boa VPN, você pode alterar o seu IP (se você estiver se perguntando “o que é meu IP”, confira este artigo informativo) conectando-se a servidores de outras regiões, o que limita muito a capacidade de rastrear suas atividades online;
  • Use navegadores mais privativos: dê preferência para navegadores que valorizam mais sua privacidade, como o Tor;
  • Limpe cookies e dados temporários: estes arquivos temporários ajudam a rastrear suas atividades e também alimentam os algoritmos. Livrar-se deles ajuda a diminuir sua exposição.

Lembre-se que grande parte da exposição dos seus dados depende das suas próprias ações enquanto usuário.

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