Terno de Reis: tradição mantida por moradores de Vila Palanque

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Quem nunca acompanhou o desmonte da árvore de Natal no mês janeiro, após a passagem do Dia de Reis Magos? Como manda a tradição, o período entre a virada do ano até o dia 6 de janeiro é marcado pelas visitas de grupos que passam de casa em casa cantando e tocando seus instrumentos, conhecidos como Ternos de Reis.

Moradores de Vila Palanque, o grupo Seguindo a Estrela, composto por Nestor Vogt, Dorli Dutra, João Cleomar Pereira e João Valdeni Dutra (Vadi), mantém este costume. A primeira formação do grupo de Reis, segundo Nestor Vogt, agricultor de 58 anos, surgiu em 1996. Ao longo dos anos, os integrantes foram trocando, e, hoje, é composto pelos quatro moradores do sexto distrito.

OS REIS

Vogt conta que cresceu vendo pessoas cantarem, e, pelos 12 anos chegou a fazer parte de um grupo com outras crianças que cantavam na época dos ‘Reis’. Mas o que era para ser uma brincadeira, foi ficando cada vez mais sério. Nestor conta que quase não venciam ir em todas as casas, pois as pessoas gostavam e pediam para eles irem em suas residências para cantar. E isso se perpetua até hoje.

Antes da pandemia, os músicos iniciavam sua ‘peregrinação’ no dia 1º de janeiro e seguiam até o dia 6, data em que comemora-se o Dia de Reis. Com isso, Vogt conta que frequentavam cerca de 20 casas, dependendo da quantidade de músicas que eles tocavam. Muitas vezes, os donos das residências pediam canções e eles atendiam. Pela cordialidade, recebiam comida, bebida e alguma contribuição. “Sentíamos muita alegria quando éramos bem recebidos, e isso garantia nossa volta no próximo ano”, afirma o integrante. Neste ano, assim como em 2021, o grupo não está percorrendo as moradias por conta da pandemia de Covid-19, e estão participando apenas de festivais que estão sendo realizados na região. A intenção deles é voltar no momento em que a situação da pandemia estiver mais controlada.

UM COSTUME QUE MOVIMENTA A FAMÍLIA

Quem acompanhou de pertinho a entrevista com Nestor, foi o filho dele, Éverton Vogt, de 21 anos, estudante de Ciências Biológicas. O jovem relatou que dos 5 aos 8 anos cantava com o pai, estilo sertanejo raiz, mas que não continuou por não se interessar pelo ramo. Ao falar sobre a tradição do pai de participar de um Terno de Reis, o jovem diz que recorda quando ele ia para os festivais e aguardava ansioso para ver o troféu de participação. Aliás, o grupo coleciona vários. “Eu era pequeno, queria ver o troféu. E como tinha muitos, alguns eu acabei quebrando”, revela Éverton, em meio aos risos.

Troféus recebidos ao longo dos anos nos festivais de Venâncio Aires, Mato Leitão e Passo do Sobrado. (Créditos: Arquivo Pessoal)

Sobre as saídas para cantar, o estudante diz que as famílias de todos os integrantes do grupo os acompanham para prestigiá-los e que fica muito feliz em poder ver o pai fazendo o que ele sempre gostou.

Custos

O quarteto possui um uniforme que foi adquirido por meio de recursos próprios. Além da camiseta, eles usam um chapéu. Além disso, para se deslocarem até as casas, eles fazem rodízios para ninguém ter um gasto tão elevado.

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