*Texto atualizado às 16h22min
Após 48 dias sem novas confirmações de Covid-19, Mato Leitão voltou a ter diagnósticos da doença em dezembro, o que reacendeu o alerta para a prevenção do coronavírus. Entre o dia 22 de dezembro e o fim da tarde dessa quarta-feira, 5 de janeiro, foram 12 registros. Outro dado que chama a atenção é que no intervalo de dois dias – entre a terça-feira, 4, e ontem – foram oito confirmações, todas por teste antígeno.
Além disso, até a tarde desta quinta-feira, 6, a Secretaria Municipal de Saúde já tinha confirmado oito novos casos no município. Assim, Mato Leitão está, neste momento, com 20 casos ativos de Covid-19.
Segundo a enfermeira de referência no atendimento da Covid-19 na Cidade das Orquídeas, Luciane Salvalaggio Sebastiany, os pacientes diagnosticados nesse período são jovens, acima de 14 anos, que têm histórico de viagens para a praia ou que participaram de festas recentemente. Os principais sintomas apresentados são febre, obstrução nasal, cansaço e dor no corpo. Todos estavam vacinados com, pelo menos, duas doses. “A vacina não impede que a pessoa se contamine, ela previne para que os sintomas não evoluam para um caso grave da doença”, esclarece.
A profissional ainda acredita que a tendência é que o número de casos continue aumentando nos próximos dias, especialmente por causa do rescaldo das festas de fim de ano. “As principais causas do aumento de casos são as aglomerações, viagens e falhas nos cuidados, como o uso de máscara. Houve um relaxamento muito grande das medidas de prevenção”, avalia.
Nesse sentido, Luciane reforça a necessidade das pessoas que estão com sintomas suspeitos procurarem atendimento. “É importante que elas tenham cuidado quando retornarem de viagens para não transmitir para pessoas do convívio familiar. Se apresentarem um ou mais sintomas gripais devem procurar por atendimento. Não queremos bloquear tudo de novo, mas é importante voltar a ter cuidados de prevenção, especialmente o uso de máscara”, ressalta.
“Pedimos para que as pessoas não tenham medo de buscar pelo exame, porque ele é importante para barrar a cadeia de transmissão.”
LUCIANE SALVALAGGIO SEBASTIANY – Enfermeira
Aumento no número de atendimentos
Outro fato que chama atenção no município é o aumento no número de atendimentos de pessoas com sintomas suspeitos de coronavírus. De acordo com a enfermeira, o crescimento da demanda começou a ser registrado no dia 23 de dezembro. Para se ter uma noção, na última terça-feira, foram 15 atendimentos, com cinco casos positivos. Ontem, até as 10h, eram cinco consultas, com duas confirmações. Antes disso, a média diária de atendimentos variava entre 4 e 5 pacientes.
O prefeito Carlos Bohn lembra que nessa terça-feira, 4, todas as regiões Covid do Rio Grande do Sul receberam Avisos do Governo do Estado sobre a situação da pandemia, o que reforça a importância de intensificar as medidas de prevenção contra a doença. “É necessário ficar mais atento, porque os casos estão acontecendo, manter as medidas sanitárias e procurar pela vacinação”, destaca.
O chefe do Executivo também informa que, ao longo do dia de ontem, o Município repassou as informações referentes ao cenário da pandemia à Associação dos Municípios do Vale do Rio Pardo (Amvarp) e seguirá acompanhando a situação. “Vamos aguardar as definições da região”, comenta.
O aumento de casos na Cidade das Orquídeas acontece no mesmo período em que o município vizinho de Venâncio Aires também enfrenta uma disparada nos diagnósticos, o que gera preocupação, uma vez que a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e o Hospital São Sebastião Mártir (HSSM), ambos da Capital Nacional do Chimarrão, são referência no atendimento de moradores de Mato Leitão.
O atendimento de pacientes com sintomas suspeitos de coronavírus continua sendo feito no ambulatório Covid, estruturado, em agosto do ano passado, no auditório da UBS Central.
Vacina contra a Covid
A coordenadora das imunizações e da epidemiologia, Kátia Heinen, alerta para a baixa procura pela aplicação da segunda dose da vacina contra a Covid-19, principalmente entre jovens de 18 a 25 anos. São cerca de 100 pessoas que estão com o esquema vacinal em atraso.
“É feita uma busca ativa nominal, com o apoio das agentes comunitárias de saúde, e realizamos diversas ações para aplicar as doses, com atendimento em horários especiais. O público mais jovem precisa procurar pela segunda dose, porque são essas pessoas que circulam mais”, salienta.
Além disso, a enfermeira percebe uma resistência maior para a aplicação da dose de reforço conforme a faixa etária diminui. “É preciso fazer ela, porque a imunidade é temporária e é necessário fazer um reforço”, explica.
A vacinação contra a Covid-19 segue nesta quinta-feira, 6, na Unidade Básica de Saúde (UBS) Central. Estão convocados para o reforço as pessoas que receberam a segunda dose até 13 de agosto.
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