A máscara se tornou um símbolo no enfrentamento da Covid-19. Nestes dois anos de pandemia, por trás da máscara ficaram guardadas a angústia e também a esperança de voltar a viver dias normais, uma possibilidade que começa a se concretizar agora, com a liberação do uso em ambientes abertos e fechados.
Nos últimos meses, muito se ouviu que a desobrigação do uso seria possível quando tivéssemos dados e números que pudessem comprovar que estamos em uma nova fase da pandemia. E estamos. O avanço na vacinação, a queda do número diário de casos e mortes e a flexibilização de eventos já foram passando à população, nos últimos meses, a sensação de que a pandemia está chegando ao fim. Foi com a análise dos dados epidemiológicos, sobretudo, com base no percentual dos vacinados, que Venâncio Aires e diversas cidades brasileiras tomaram a decisão, nesta semana, de flexibilizar o uso em ambientes abertos e também fechados.
E é nessa última decisão, de liberar o uso também em espaços internos, que está o maior impacto nas nossas rotinas desde 2020. Embora a flexibilização do uso em ambientes abertos, autorizada pelo governo gaúcho nesta semana, já representasse um passo importante, precisamos ser francos: o acessório já estava sendo ignorado por muitos, há bastante tempo. Nas ruas, comemorações particulares e reuniões familiares, a máscara já era dispensada pela maioria.
Mas, a partir do decreto municipal, a situação ganhou outra proporção. As primeiras horas após o anúncio do prefeito Jarbas da Rosa foram marcadas por alívio, mas também estranhamento. Depois de quase dois anos, foi possível entrar em mercados, lojas e restaurantes sem máscara. Alguns, por segurança ou por entenderem que ainda não era a hora, permanecerão usando, afinal, cabe a cada cidadão, a decisão de usar ou não.
Importante observar que o decreto municipal não significa o fim das máscaras. Primeiro porque a legislação segue exigindo o uso em unidades de saúde e também porque a desobrigação em ambientes fechados não vale para todos os municípios. Alguns prefeitos preferiram continuar seguindo a determinação do Estado, que flexibilizou o uso apenas em espaços abertos. Ou seja, se você viajar para uma cidade com regras diferentes, valem os protocolos de onde você estiver. Além disso, a máscara – um legado da pandemia – segue sendo recomendada pelos especialistas em casos de resfriados, gripe e sintomas suspeitos de Covid.
Enquanto ‘respiramos’ novos ares e nos moldamos a este novo momento, a vacinação segue sendo a palavra de ordem. É preciso acelerar os índices de vacinação para desacelerar o vírus. Isso será determinante para que o governo federal aprove o chamado ‘rebaixamento’ da pandemia para endemia. Com isso, a Covid-19 passará a ser tratada, por exemplo, como a dengue. Este estágio envolve aquelas doenças que estão sempre presentes, seguem registrando casos e permanecem estáveis. Isso significa que teremos que aprender a conviver com o vírus, e nos adaptar um novo estilo de vida, ao novo normal.