De chapéu, flor no cabelo, com o laço na mão, ou nos palcos, Ana Júlia dos Santos, que integra os quatro departamentos do Centro de Tradição Gaúcha (CTG) Erva-Mate, segue pelos caminhos da tradição, ao lado da família. No departamento cultural, a jovem representa a entidade no cargo de 1ª Prenda Juvenil, gestão 2021/22. E, no dia 25 de junho, deste ano, estará participando da 52ª Ciranda Cultural de Prendas – fase regional. Para participar do concurso, Ana Júlia, como todas as demais prendas concorrentes, realiza ações, conforme as diretrizes do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG).
Terceira Ação
Na quinta-feira, 31 de março, a jovem realizou a 3ª Ação ‘CTG Núcleo de Fortalecimento da Cultura Gaúcha’, na sede da entidade, no Parque Municipal do Chimarrão. O evento denominado ‘As patas do cavalo conduzindo gerações’, reuniu quatro tradicionalistas que há muitos anos vivenciam o departamento de cavalgadas com suas histórias de pertencimento.
Roda de conversa
Na abertura, Ana Júlia, pediu um minuto de silêncio em homenagem ao amigo de cavalgadas João Sell, integrante do CTG Querência da Mata, de Mato Leitão, falecido tragicamente, no dia, e todos os participantes, após, rezaram a oração do Pai Nosso.
A ‘roda de conversa’ teve a participação de Davi Musskopf, diretor de cavalgadas da 24ª Região Tradicionalista (24ª RT); Elton Manganelli, o Jacaré como é conhecido pelos amigos (ex-patrão do CTG Erva-Mate); Oli Franco, (ex-patrão do CTG Chaleira Preta); e Orlando dos Santos, do CTG Lenço Branco, e avô de Ana Júlia.
Relatos
Em seus relatos, os convidados relembraram momentos importantes das cavalgadas pelo Rio Grande afora – com emoção e pertencimento – fatos curiosos, contribuições de cada um nos departamentos de cavalgadas, especialmente, aos jovens e as amizades que permanecem ao longo dos anos. Também destacaram a crescente participação das famílias neste departamento, além de ser o único que não tem competição dentro de uma entidade tradicionalista, reforçando que, nele todos querem chegar juntos e retornar juntos.
Manganelli, relembrou o primeiro desfile que participou em Venâncio Aires, com apenas 12 cavaleiros. “Queria ter completado dez mil quilômetros, mas precisei parar com 8.700. Se Deus quiser ainda volto”, emocionado, contou.
Entre as autoridades tradicionalistas, Luce Carmen da Rosa Mayer, coordenadora da 24ª RT; a patroa da entidade, Estela Ferreira e a vice Juliana Santos; o patrão do CTG Querência da Mata, Renato Dameda e o vice-patrão do CTG Chaleira Preta, Adriano Franco, prendas e peões.
Na bagagem
A jovem, aos 15 anos, tem cerca 1.400 quilômetros percorridos a pata de cavalo, ao lado do pai, Silvio José Santos, e do avó, Orlando dos Santos. Ela, também, é integrante da Ordem dos Cavaleiros do Rio Grande do Sul (Orcav), com a outorga de ‘Cavaleiro Aspirante’, título concedido a quem percorre no mínino 200 quilômetros.