O feriado de Páscoa tem um sabor especial em 2022. Além do tradicional chocolate, a data também é uma das primeiras após a flexibilização das medidas sanitárias. Dessa forma, transcorre em um período no qual a sociedade está vivendo mais próximo da normalidade de antes da pandemia de Covid-19. As expectativas em relação à venda no período são de pelo menos 5% a mais, na comparação com o ano passado. No país, a estimativa é que as vendas varejistas possam chegar à casa dos R$ 2,2 bilhões, enquanto no Rio Grande do Sul a injeção de recursos no comércio pode alcançar os R$ 110 milhões.
A Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul (FCDL/RS) avalia que a maior circulação de pessoas, a flexibilização das medidas restritivas relacionadas à pandemia e iniciativas como a liberação do saque de R$ 1 mil do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e a antecipação do pagamento do 13º salário aos aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) são fatores que devem contribuir para o aumento das vendas nesta data comemorativa. Esse cenário leva a entidade a projetar um custo médio na aquisição de produtos em torno de R$ 145.
O economista Carlos Giasson projeta um feriado com bons números. “Principalmente pela redução das medidas sanitárias e o livre acesso aos estabelecimentos comerciais, até a questão da liberação da máscara. Houve também a ampla vacinação, que trouxe segurança para a população ir às compras e reunir a família”, comenta.
Retomada aguardada
Para o proprietário do Mercado Schlosser, Endrigo Alan Schlosser, as expectativas para o período de Páscoa são excelentes. “Nessas datas, sempre existe uma procura especifica. Claro que a variação de preços em todos os setores, produtos e mão de obra, pode dificultar. Mas são datas festivas e isso muda a rotina. Dessa maneira, as perspectivas são excelentes, devido à oferta de produtos procurados”, detalha.
O franqueado da Cacau Show em Venâncio Aires, Matheus Tanuri, destaca a retomada após dois anos. “Estamos esperando um aumento significativo em relação às vendas do ano anterior. Até baseado na retomada que vem acontecendo e que foi acentuada no mês de fevereiro e março. Temos expectativa também que o nosso produto alcance novos públicos, mantendo aquele que já tínhamos e encontrando novos”, diz.
Ainda assim, a elevação dos custos de produção do chocolate deve ter reflexo no preço final dos produtos tradicionalmente adquiridos pelos consumidores nesta época do ano. E isso requer que os lojistas saibam aproveitar o potencial de vendas da data com muita sabedoria, realizando promoções e ofertando descontos atraentes. “A criatividade dos lojistas é algo muito necessário. É preciso ter opções mais baratas, porque praticamente todo mundo presenteia com algo, mesmo que seja uma lembrancinha. Então, ter opções em conta de chocolates ou lembranças é algo interessante. Olhar para quem faz o chocolate caseiro também é uma alternativa”, complementa o economista Carlos Giasson.
“Acredito que não teremos um volume gigante de produtos, até porque no ano passado sobraram muitos itens nas prateleiras após a Páscoa. Então, esse ano é possível que o comércio não invista tanto em um estoque grande, para que sejam vendidas todas as unidades dos ovos de Páscoa disponibilizados.”
CARLOS GIASSON
Economista
O domingo de Páscoa cai no dia 17 de abril este ano.