Na terça-feira, 12, foi realizado um Dia de Campo sobre a cultura da erva-mate. A iniciativa é do escritório local da Emater, em parceria com a Associação dos Produtores de Erva-mate do Polo Ervateiro dos Vales (Aspemva). A atividade faz parte também do Programa Gaúcho para Qualidade e Valorização da Erva-Mate.
Participaram da ação, integrantes da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural e da empresa Bosch para demonstrativo de equipamentos. A atividade foi realizada na propriedade de Plínio Fröhlich, em Linha 17 de Junho, na divisa com Santa Emília.
A extensionista rural da Emater, Djeimi Janisch, ressalta que o momento era muito aguardado para que os produtores pudessem trocar experiências e aprender mais sobre o cultivo. “Esse treinamento é algo que não pode ser feito antes em função da pandemia. As demandas são sempre construídas junto dos produtores”, explica.
O encontro começou com a explanação sobre análise de solo pelo agrônomo da TR do Regional da Emater de Soledade, Vivairo Zago, que enfatizou a importância do cuidado e da preservação do solo para a qualidade da produção. O primeiro passo da atividade, inclusive, foi de dicas para coleta de amostras da terra para ser enviada para análise. “O solo é o princípio de tudo. A coleta é um procedimento simples e, se bem feito, dá um diagnóstico de como proceder na área”, complementa.
O agrônomo indica a coleta de 15 amostras de 20 centímetros de profundidade por hectare para se ter uma boa avaliação. “Com essa análise é possível definir quais as necessidades do solo em termos de nutrientes e correção de PH”, reforça. O PH do solo ideal é de 5,5.
No encontro também foi enfatizado além da questão química do solo, a importância da boa estrutura e descompactação do solo. Esteve em pauta também a utilização de adubação verde, com opções de espécies e consórcios a serem utilizados no inverno.
O extensionista rural do escritório da Emater de Mato Leitão, Rudinei Pinheiro Medeiros, orientou os produtores sobre o plantio, com dicas desde a escolha da muda e poda de formação.
Os produtores puderam manusear a tesoura elétrica da marca Bosch, que foi apresentada por um representante da empresa. Ela é uma alternativa para utilização da poda de erva-mate. Ficou definido que, em setembro, será feita outra atividade coletiva para tratar mais especificamente sobre poda e adubação verde de verão.
Produção consorciada
O anfitrião do dia de campo, Plínio Fröhlich, apresentou as técnicas de manejo utilizadas na propriedade e os planos para o futuro, já que pretende investir na produção com sombreamento, o que interfere na qualidade da folha de erva-mate. Além da erva para comercialização, o produtor também trabalha com outras culturas, como aipim, arroz, milho e feijão para consumo da família. A lavoura é feita no modelo de agricultura consorciada, o que é comum na produção de erva-mate.
Nesta estrutura, a produção é dividida em faixas de terra que intercalam os pés de erva-mate com outras culturas.
Na área de 1,6 hectare, este é o terceiro ano de dedicação da família Fröhlich na atividade agrícola. “Esse erval está em recuperação. Quando assumimos a produção era de 400 arrobas ao ano e já conseguimos dobrar esse número”, relata. Fröhlich enfatiza que a produção é feita sem defensivos agrícolas.
O objetivo a curto prazo é que o erval não tenha adubação química, somente verde e orgânica.