Curso de Português auxilia imigrantes a melhorarem a comunicação na nova casa

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Imigrantes vêm ao Brasil em busca de melhor qualidade de vida, não é novidade. Mas eles também encontram dificuldade de comunicação, isso porque os idiomas dos países de origem dos imigrantes diferem da Língua Portuguesa. Atualmente, Venâncio Aires possui 523 imigrantes dos mais diversos países.

É através do Curso de Português para Imigrantes que, na hospitaleira Capital do Chimarrão, as pessoas que vêm de outro país têm a oportunidade de aprimorarem sua comunicação no português.

A capacitação iniciou no dia 4 de abril e se estende até 1° de junho. As aulas ocorrem segundas e quartas-feiras, das 19h às 22h, atualmente na Casa de Acolhimento e Atendimento para Imigrantes, Apátridas e Refugiados de Venâncio Aires, no Centro. No entanto, não se descarta a possibilidade de alocar o curso em uma escola da rede municipal de ensino. Das 20 vagas disponibilizadas, cerca de 14 alunos participam do Curso de Português para Imigrantes.

A secretária de Habitação e Desenvolvimento Social, Claidir Kerkhoff Trindade, observa que os imigrantes, assim que ultrapassam a fronteira, têm os mesmos direitos que os brasileiros nas políticas públicas e que este é um curso pensado em melhorar a qualidade de vida deles.

PROFE IMIGRANTE

A mestranda em Educação na Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), Sandra Barzallo, 34 anos, é formada em Administração, no Equador, seu país de origem. Em março deste ano, recebeu o certificado de proficiência em Língua Portuguesa para estrangeiros (Celpe-Bras). Daqui alguns dias, Sandra completa três anos de estadia no Brasil, na cidade vizinha de Santa Cruz do Sul.
A equatoriana fez aula de português com Marilane Gregory. “Ela foi fundamental para eu entender o português e virar professora”.
Além de conhecimento, Sandra traz, em cada aula, brilho no seu olhar acolhedor. Ela afirma que sempre procura acolher os alunos em ambiente seguro e que sua aula é um local para errar sem julgamentos.
De acordo com Sandra, durante as aulas, ela busca sempre procurar exemplos do dia a dia dos alunos e que misturem a questão cultural do Brasil e do Rio Grande do Sul.


“Estar aqui como professora de imigrantes é muito enriquecedor pra mim.”
SANDRA BARZALLO
Professora do curso e mestranda em Educação da Unisc


Curso para abrir novas portas

A venezuelana Yeisa Molina, 46 anos, atualmente é moradora do bairro Gressler. No seu país de origem, é formada em Administração e Gestão Municipal e ainda é diplomada em Componente Docente, o que dá a ela o direito de dar aulas na sua pátria.

Yeisa, que está no Brasil há mais de um ano, viu no Curso de Português para Imigrantes uma oportunidade importante de melhorar a comunicação. “Saber que outro imigrante está dando aula nos dá confiança. A gente consegue falar, mas a parte mais difícil é fazer uma compreensão mais formal”, comenta.

Ela e o marido vieram para o Brasil com o intuito de melhorar a qualidade de vida. “Lá na Venezuela o trabalho era bom, o pagamento não”, lembra.

Há um mês, Yeisa teve a alegria de receber o filho mais novo em Venâncio. Sebastian, 13 anos, que recém chegou da Venezuela. Agora, com o filho frequentando a escola, inicia novamente o ciclo de aprendizagem do português na família de venezuelanos.

Yeisa, Sebastian e Manuel são venezuelanos e estão aprendendo o português. Yeisa e Manuel participam do Curso de Português para Imigrantes (Crédito: Marina Mayer)

INCENTIVO

A venezuelana Luisana Randon, 32 anos, mora no bairro Brígida com o marido e as três filhas. Está fazendo o Curso de Português para Imigrantes para melhorar seu vocabulário e ter mais oportunidades, como, por exemplo, voltar a estudar.

Ela não queria vir ao Brasil por ‘medo’ do português, mas agora reconhece que foi uma boa escolha. Luisana é a única na família que ainda não fala fluentemente, por isso conta com o incentivo das filhas. “Me sinto contente por minhas filhas já conseguirem falar português”, salienta.

Luisana tinha receios de vir morar no Brasil porque não sabia o português e agora está aproveitando as oportunidades do Curso de Português para Imigrantes (Crédito: Marina Mayer)

Sabia mais:

•O acolhimento aos estrangeiros que chegam a Venâncio Aires é feito na Casa do Imigrante com assistente social, psicólogo e administrativo, que fazem o encaminhamento da autorização à Polícia Federal de Santa Cruz do Sul, para que os imigrantes tenham os documentos validados no Brasil.
• A Casa de Acolhimento e Atendimento para Imigrantes, Apátridas e Refugiados de Venâncio Aires está localizada na rua General Osório, 1.498, próximo da Secretaria de Habitação e Desenvolvimento Social.
• Os cursos oferecidos são para usuários do Sistema único de Assistência Social (Suas). Ao todo, são em torno de 2,6 mil usuários do Suas, incluindo venâncio-airenses e imigrantes.
• O município dispõe de mais 14 cursos profissionalizantes com vagas em aberto. As inscrições podem ser feitas no Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) e no Centro de Referência de Assistência Social (Cras).
• A promoção dos cursos é da Secretaria do Desenvolvimento Social e os cursos são contratados por meio do Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac).

    

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