Nesta terça-feira, 19, acontece o movimento estadual ‘Chega de silêncio’ que visa alertar a população sobre a situação dos hospitais do Rio Grande do Sul. O dia D, organizado pela Federação Das Santas Casas e Hospitais Beneficentes (CMB), religiosos e filantrópicos do RS, orienta que os hospitais suspendam os atendimentos eletivos, com remarcação garantida e deixem apenas urgência e emergência. O Hospital São Sebastião Mártir (HSSM) apoia o movimento, mas não irá aderir à ação.
Conforme o administrador do HSSM Fernando Siqueira, o Hospital também passa por dificuldades, assim como todos hospitais filantrópicos do Brasil. Ele complementa que mesmo em outros momentos o Hospital já passou por crises financeiras e agora conforme análise nacional, pode ser a pior dos últimos anos. “A pandemia deixou um rastro de altos custos que não voltaram aos patamares de antes da pandemia, e agora, ainda sem as receitas vindas para a Covid.”
Siqueira explica que a inflação impõe reajuste dos custos em valores que não se consegue repassar para as receitas e negociações de contratos. “Os planos de saúde estão cada vez mais querendo reduzir seus custos, com isso reduzindo os valores a pagar aos hospitais, como exemplo o IPE”, observa.
O movimento avalia que há a necessidade de alocação imediata de R$ 17,2 bilhões anuais para o equilíbrio econômico e financeiro no relacionamento dos hospitais com o SUS. Já o orçamento do HSSM é de 5 milhões negativos para 2022.
Movimento em números
- Confederação das Santas Casas, Hospitais e Entidades Filantrópicas (CMB) representa 1.824 Hospitais Filantrópicos brasileiros.
- Este segmento dispõe de 169 mil leitos hospitalares e 26 mil leitos de UTI, sendo que em 824 municípios do Brasil, a Santa Casa ou Hospital Filantrópico é o único equipamento de acesso ao cuidado e à assistência em saúde, com uma representatividade ao SUS nacional de 70% do volume assistencial da alta Complexidade e 51% da média complexidade.
- Anualmente faz mais de 5 milhões de internações, 1,7 milhão de cirurgias e mais de 280 milhões de atendimentos ambulatoriais. Dependem economicamente destas instituições mais de 3 milhões de pessoas, com vínculo direto e/ou indireto.
- Desde o início do plano real, a tabela SUS e seus incentivos foram reajustados em média em 93,77%, enquanto o INPC foi 636,07%, o salário-mínimo foi 1.597,79% e o gás de cozinha 2.415,94%
Fonte: Traço D – AI HSSM
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