*Por Cassiane Rodrigues e Luana Schweikart
Visitar um lugar que por si só tem um grandioso valor histórico e que, além disso, acrescenta com uma vista espetacular, é uma experiência para encher os olhos. É isso que os turistas que visitam o Cerro do Baú, um parque arqueológico de 11 hectares, encontram.
Localizado em Vila Arlindo, no interior de Venâncio Aires, o ponto turístico se destaca pela importância histórica, afinal, uma inscrição de arte rupestre foi encontrada no local. A original está exposta na Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), mas uma réplica pode ser vista no Cerro do Baú. Inclusive, a arte virou a identidade visual do empreendimento turístico, que tem perfis no Instagram e Facebook.
Segundo estudos da Unisc, a marcação da imagem foi feita por indígenas Umbu, e pode ter cerca de 4 mil anos. O Cerro do Baú é um dos 15 locais do Rio Grande do Sul que têm manifestações rupestres.
Para os amantes da natureza e aventura, o lugar oferece trilhas em meio a árvores centenárias e uma vista por meio da qual é possível contemplar os vales do Taquari e Rio Pardo. Além disso, o Cerro do Baú tem uma fonte recuperada de água potável, ponto de parada de atletas e esportistas que abastecem suas garrafas. O parque pode ser visitado em qualquer dia da semana e a entrada é gratuita.
A área do Cerro do Baú é de propriedade de Marcolino Coutinho, que mantém o local limpo e organizado. De acordo com ele, os visitantes elogiam o espaço e muitos retornam para aproveitar o local. “Convido a todo para que conheçam o Cerro do Baú, contemplem o luar ou o nascer do sol, que são espetaculares”,destaca. As projeções de Coutinho são conseguir melhorar o acesso à propriedade, com auxílio da Administração Municipal, e construir cabanas rústicas que poderão ser alugadas.
Distância
Do Centro de Venâncio Aires até o Cerro do Baú são 14 quilômetros, seguindo por Linha Sapé. Há também uma rota alternativa por Linha Tangerinas, de 13 quilômetros.
Figueira Centenária atrai turistas ao interior
Um lugar com a calmaria do interior e belezas naturais, perfeito para passar o dia com a família ou os amigos. Certamente essa pode ser a definição para a Figueira Centenária, localizada em Linha Silva Tavares, no interior de Venâncio Aires. A árvore de mais de 480 anos encanta pelo tamanho, com galhos e raízes que guardam histórias e lembranças de muito tempo, por isso atrai visitantes de todo o Rio Grande do Sul, do Brasil e até mesmo do exterior.
Quem mora no local e é responsável pela propriedade é o casal Rogério e Rejane Schwinn. Atualmente, o ponto turístico do 5º Distrito é a principal fonte de renda da família, que adaptou a rotina e parou de plantar tabaco para receber os visitantes. Não há cobrança de ingresso, mas são aceitas contribuições espontâneas que ajudam a manter o empreendimento.
Rogério Schwinn conta que a família chegou na propriedade, em 1976, quando a figueira já era visitada por algumas pessoas. Com o passar dos anos, a árvore acabou virando um ponto turístico de Venâncio Aires e recebeu diversos investimentos em infraestrutura. A Figueira Centenária foi tombada como patrimônio histórico de Venâncio Aires em 2012.
O casal Schwinn comenta da satisfação em poder receber pessoas das mais diversas culturas, apresentar e contar um pouco da figueira, que desde 2017 ganhou mais destaque turístico, após participar do programa Redescubra Venâncio, da Prefeitura Municipal.
Infraestrutura
No local estão disponíveis mesas e bancos, churrasqueiras, balanços, trilhas de cascatas, um pequeno mirante e área de piquenique. Além da venda de bebidas e lanches, também há banheiros para os visitantes.
Para visitar a Figueira não é necessário agendamento. No entanto, caso o turista deseje usar uma churrasqueira ou locar uma cesta de Chimanique (com chimarrão, cuca, cueca virada, pizza e bolachas caseiras, ao custo de R$ 45), pode reservar pelo WhatsApp (51) 99014-3521, com pelo menos um dia de antecedência. Há também o perfil no Instagram: @figueira_centenaria.
Figueira Centenária em números
• 18 metros de altura
• 11 de circunferência
• 500 m² de área total
Como chegar
Para chegar até o ponto turístico, existem dois caminhos. O trajeto principal, tem acesso via ERS-422, passando por Vila Deodoro e seguindo o caminho indicado pelas placas, totalizando 27 quilômetros, a partir do centro de Venâncio Aires. Já a rota alternativa que também segue pela ERS-422, usa a entrada de Arroio Grande e passa por Linha Isabel para chegar em Linha Silva Tavares. Este trajeto soma 24 quilômetros.
Viveiro de Mudas Flor da Terra
O Viveiro de Mudas Flor da Terra, em Vila Palanque, é destino para quem quer conhecer plantas, aprender mais sobre o cultivo de diferentes espécies e o ciclo de germinação e desenvolvimento da erva-mate – ingrediente da bebida símbolo dos gaúchos, o chimarrão. Os proprietários Marlene e José Inácio Scherer comercializam mudas de flores para jardins, palmeiras, folhagens, suculentas, chás e temperos. Desde 2008, o viveiro integra a Rota do Chimarrão. Contato: (51) 99330-0076.
Chácara do Mel
A Chácara do Mel, localizada em Linha Travessa, no interior de Venâncio Aires, desperta a curiosidade, principalmente, de estudantes e biólogos vindos de diferentes pontos do estado. Um dos diferenciais são as espécies de abelhas sem ferrão. No empreendimento de Lauro e Ilonia Rüdiger, é possível conhecer a organização das abelhas nas colmeias, como se reproduzem e o papel que desempenham na produção do mel e na polinização das plantas. No local, também são comercializados enxames e mel. Contato: (51) 99827-1412.
Jardim Secreto das Suculentas
Em Linha 17 de Junho, no interior de Venâncio Aires, o espaço de lazer da família se tornou um empreendimento que atrai visitantes. Sérgio e Cláudia Müller trabalham com o cultivo de suculentas e mantêm um espaço especial para receber os turistas. Árvores frutíferas também são encontradas no local, que oferece diversos cenários para fotografias e um ambiente agradável para passear. Contato: (51) 99932-2591.
Balneário Paraíso
Localizado em Linha Brasil, interior de Venâncio Aires, o Balneário Paraíso conta com piscinas adulto e infantil com água tratada, toboáguas e rampa molhada. A estrutura também oferece área de camping, pracinha e espaço coberto para realização de encontros em grupo. Quiosques com churrasqueira também compõem a estrutura, que recebe visitantes de toda a região. Contato: (51) 99770-6690.
Produtos à base de erva-mate
Mais do que na cuia, para o tradicional chimarrão, a erva-mate está também na culinária. Em Venâncio Aires, nada melhor do que experimentar pratos que tenham a erva como ingrediente.
Há 9 anos, Ledi Maggioni, 54 anos, tem agroindústria em Linha Arroio Grande, no interior de Venâncio Aires. No local, produz pães, tortas, bolachas e doces em geral que comercializa, principalmente, para clientes fixos e nas feiras da Cooperativa dos Produtores Rurais de Venâncio Aires (Cooprova).
A empreendedora também montou, na propriedade da família, um espaço para café colonial, no qual recebe o público com horário agendado aos fis de semana durante os meses de inverno. Entre outras delícias, no café colonial oferece torta e brigadeiro de erva-mate. A torta se caracteriza pelo glacê verde que a encobre, e o recheio é com brigadeiro, coco e morango. A erva-mate também está na massa. “Eu peguei a receita de um livro, mas não deu muito certo. Então adaptei do meu jeito, colocando morango porque é uma fruta que também plantamos”, comenta Ledi.
A utilização de produtos cultivados na propriedade também dá segurança na qualidade do produto final oferecido ao cliente. “Os nossos morangos são cultivados só com adubo, sem agrotóxicos”, ressalta.
O Café Colonial Ledi Maggioni também faz parte da Rota do Chimarrão. Durante a Fenachim, Ledi vai expor no Parque do Chimarrão e, por esse motivo, não vai oferecer café. Enquanto o marido, Arno Maggioni, comercializa os produtos na festa, ela segue com a produção na agroindústria. Na Festa com o Sabor do Rio Grande, a família vai oferecer pães, cucas, bolos e bolachas. Com erva-mate, o bolo no pote será a opção disponibilizada para os visitantes.
Café com os sabores da colônia
No distrito de Vila Palanque, a cerca de 15 quilômetros do Centro de Venâncio Aires, é possível apreciar itens de uma culinária extremamente natural, com produtos cultivados no próprio local. Além de degustar da gastronomia, os visitantes também podem aproveitar o espaço de área verde para lazer.
Integrante da Rota do Chimarrão, a Chácara Coutinho tem como destaque a estrutura em pedra rústica, inaugurada em 2020. No entanto, a família já tem agroindústria de conservas e geleias desde 2007. “Prezamos muito por produtos naturais e sem conservantes. Isso é agricultura familiar”, ressalta a empreendedora, Marilene Coutinho Mees. A erva-mate também faz parte dos ingredientes no momento da preparação de bolos, pães, massas, sobremesas e até mesmo de omeletes.
Durante a Fenachim, Marilene vai comercializar os produtos na festa e receber turistas na chácara, desde que tenham reserva de, no mínimo, 10 pessoas, assim como é feito nos demais períodos do ano. Além de café colonial, ela também serve almoço e jantar, sempre com agendamento. “É necessário marcar para podermos nos organizar e atender da melhor forma”, complementa.
A Conservas Coutinho produz 25 variedades de geleia, que é o carro-chefe da agroindústria, itens que também são oferecidos de acompanhamento nas refeições da chácara.
