Desde a infância, o agricultor Clécio Luiz Weber, 63 anos, tem envolvimento com a comunidade e com a igreja católica. O hábito herdado dos pais foi preservado e se mantém até hoje na família que ele construiu com a esposa Lori Maria Stülp Weber, 60 anos, com quem tem três filhos – Augusto Weber, Bárbara Rickes e Daniela Bruch. Neste domingo, 29, ele será ordenado diácono na Igreja Matriz Santa Inês, de Mato Leitão.
A caminhada religiosa iniciou, de fato, quando o morador de Vila Santa Emília, no interior de Venâncio Aires, tinha 10 anos e estudou no seminário em Salvador do Sul, durante quatro anos. Depois disso, ele também teve uma passagem de meio ano por um seminário em Florianópolis, capital de Santa Catarina. “Meus três irmãos mais velhos também tinham ido para o seminário, então foi algo automático”, comenta.
Na adolescência, Clécio participou da Pastoral da Juventude, onde conheceu a esposa, que também integrava o grupo. Já casados, eles se envolveram com a Pastoral da Terra, uma organização formada por pequenos agricultores, e depois deram início ao Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) em Venâncio Aires, que também tinha a colaboração de outras lideranças do interior da Capital do Chimarrão.
Durante a vida adulta, Clécio sempre se dedicou às atividades de liturgia na Comunidade São Luiz, de Vila Santa Emília, localidade onde reside. Em 2012, tornou-se ministro extraordinário da comunhão e, depois disso, em 2013, começou o curso de teologia popular. Durante a formação, que teve duração de dois anos, foi convidado para estudar na Escola de Formação para Diáconos, em Santa Cruz do Sul. “Logo me interessei, porque entendi que era uma forma a mais de ajudar a igreja”, relata.
Além do envolvimento com a comunidade católica, ele é proprietário da Agroindústria Familiar de Derivados de Cana Weber, inaugurada em 2012, e trabalha com a produção e comercialização de hortifrúti. Os produtos são comercializados na feira agroecológica realizada em frente à sede da Comunidade Santa Rita de Cássia, no bairro Gressler, todos os sábados. Toda a propriedade tem selo de produção orgânica e a família ainda participa da Cooperativa Ecovale, de Santa Cruz do Sul.
Responsabilidade
Entre 2016 e 2019, uma vez por mês, Clécio participava dos encontros na escola de formação para diáconos. Após concluir essa etapa, foi consagrado e a Diocese de Santa Cruz iniciou a preparação para que ele fosse ordenado diácono, o que também incluiu as documentações necessárias para concluir o processo.
“Vou ser diácono permanente, então o apoio da família é fundamental”, destaca. Em outubro do ano passado, Clécio recebeu os ministérios de leitor e acólito. A ordenação de diácono será celebrada neste domingo, 29, às 8h30min, na Igreja Matriz Santa Inês, de Mato Leitão, que é a sede da Paróquia Santa Inês, da qual a comunidade São Luiz faz parte.
A missa será presidida pelo bispo diocesano Dom Aloísio Alberto Dilli. Após, haverá uma recepção com almoço no Ginásio Luizão, de Vila Santa Emília. Cartões para o almoço, ao valor de R$ 15, podem ser adquiridos até o fim deste sábado, nos mercados Reckziegel e Santa Emília e na Casa Comercial de Milton Agnes.
Antes da celebração de ordenação, Clécio visitou todas as comunidades que integram a Paróquia Santa Inês e a Paróquia São Martinho, de Vila Palanque, que também tem como pároco o padre Claudio Kirst. O agricultor ressalta que está muito ansioso e emocionado pelo momento. Ele será o primeiro diácono da Paróquia Santa Inês.
“Sinto alegria, esperança e orgulho, mas também sei do compromisso que me aguarda. O envolvimento com a comunidade e a responsabilidade serão maiores”, destaca. Segundo Clécio, de forma ampla, a função do diácono é estar a serviço da comunidade. “É preciso humildade para estar à disposição e ajudar nos problemas, caminhar junto com a comunidade”, menciona.
Entre as atividades que podem ser realizadas por ele está batizar, presidir cerimônias de casamento, celebrações da palavra, ler o Evangelho na missa e fazer a homilia, distribuir a Eucaristia, dar aconselhamentos e presidir ritos funerários. Apenas não é possível realizar consagrações, a unção aos enfermos e confissões, atividades realizadas exclusivamente pelos padres.
Família
O vínculo com a família sempre foi muito importante na vida de Clécio Weber. Tanto que ele escolheu como lema do diaconato ‘Eu e minha família serviremos ao Senhor.’ Nesse sentido, ressalta a importância do apoio da esposa e dos filhos nessa caminhada. Além disso, destaca o amor pelos netos Juliano, Felipe, Lucas, Theodoro e Fernando (já falecido).
Clécio também vive na casa que era dos pais, localizada em Vila Santa Emília, de quem cuidou até o falecimento deles. Atualmente, a sogra dele, Irmgart Stülp, 86 anos, vive com o casal. “Sempre valorizei a experiência das pessoas de idade. Meu pai era uma referência para mim e sou parecido com ele, fisicamente e no jeito de agir”, compartilha.
A ligação com a igreja católica também vem de família. Pelo lado paterno, Clécio tem três tios que são padres jesuítas, duas tias que são irmãs lassalistas, três tias irmãs franciscanas e um primo que é bispo. Além disso, pela parte materna, tem uma tia que é irmã e um primo que é padre.