Tricotando autoestima: o propósito da Turminha do Tricô

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As roupas de lã são opções quentinhas para encarar o frio. Janice Dullius, 53 anos, aprendeu a tricotar com 12 anos e aos 14 já vendia as peças que confeccionava. O tricô sempre foi importante e presente na vida dela, porém, foi depois de um trauma pós-operatório que a lã e as agulhas ganharam um significado ainda mais especial. Na Turminha do Tricô, as peças de lã representam muito mais do que peças para aquecer. Elas têm o propósito de mudar vidas. Foi com este intuito que Janice decidiu dar início ao grupo, em 2014.

Há oito anos, as tardes regadas a chá, bolo, flor, muita diversão e tricô, são uma forma de terapia às mulheres de várias faixas etárias e localidades da Capital do Chimarrão. No momento em que se reúnem, tentam esquecer dos problemas e correrias do dia a dia e se concentram apenas no tricotar. Segundo as participantes, este hábito proporciona alívio do estresse, agilidade e exercício mental e manual, e diminuem as chances de depressão, por aumentar o convívio social.

A turma se reúne durante o ano inteiro e é formado por cerca de 30 amigas, que se reúnem em quatro dias da semana, conforme afinidade. De acordo com Janice, a turminha, além do tricô, trabalha o cuidado entre as colegas e a autoestima. “As colegas da turminha sempre vão ter uma palavra amiga”, destaca Janice.

Com a hashtag #Turminhadotrico, todas as peças confeccionadas durante os encontros são postadas nas redes sociais. A partir destas publicações, a aposentada Rosana Storch, 55 anos, buscou saber mais informações sobre a Turminha do Tricô. Em junho de 2020 ela entrou para o grupo e começou a tricotar.

Nesses dois anos, Rosana já confeccionou mais de 20 peças, sendo algumas para ela e outras para integrantes da família. Rosana conta que antes de começar a tricotar, já imagina a peça no corpo. Ela lembra que no início não sabia pegar a agulha e diz ter se sentido uma rainha quando colocou os pontos do tricô na agulha. Hoje, Rosana se questiona o que seria dela se não fosse o tricô. “Tricotando esqueço do mundo”, afirma.

Rosana e Janice destacam os benefícios de participar da Turminha do Tricô


60

é o número de peças que são confeccionadas pela Turminha do Tricô, por mês.

Tricotando solidariedade

Com restos de lã, Nelci Terezinha Becker, 59 anos, tricota solidariedade. Nas horas vagas, ajuda a aquecer os dias gelados de quem precisa. Ela foi incentivada por uma amiga que não pode continuar tricotando. “Então eu continuei”, afirma. Antes da pandemia, Nelci fez cerca de 40 toucas de lã e levou para distribuição na ONG Parceiros da Esperança (Paresp). Ela, que participa semanalmente da Turminha do Tricô, neste ano está dedicada a confeccionar blusões para crianças carentes. As colegas da Turminha auxiliam na doação de lã para a confecção das peças.

No mês de março, ela já entregou nove peças que tricotou sozinha. Agora, o grupo aumentou, mais cinco amigas ajudam Nelci a levar um pouco de amor e calor às crianças e adolescentes atendidos na instituição localizada no bairro Morsch. “Me sinto muito feliz em poder ajudar a aquecer essas crianças”, destacou.

A artesã e dona de casa deseja que outras pessoas se juntem ao grupo de voluntários “Eu acredito que cada um tem um pouquinho para doar ao próximo, dentro de suas possibilidades”, afirma. Até a próxima sexta-feira, 10, mais doze peças de lã serão entregues à Paresp.

Nelci tricota voluntariamente peças para doar para crianças carentes

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