O ano letivo na Europa inicia em setembro em termina no verão aqui, entre junho e julho. O Reino Unido conta com um sistema de educação muito bem estruturado, variando em alguns aspectos entre cada país, e muito diferente do Brasil. O ensino aqui é obrigatório até os 18 anos. Nenhum aluno repete ano e as classes são uniformes, com alunos da mesma idade. As crianças iniciam na escola primária aos quatro anos e geralmente aos 11 anos acontece o transferimento para a escola secundária, ou de ensino fundamental. Na Inglaterra a grade curricular é dividida em seis ciclos de estudos. Nesta semana a grande maioria dos alunos ingleses entre 16 e 18 anos celebrou o encerramento de mais um ano letivo ao prestar exames nacionais.
Entre os estudantes felizes em concluir mais uma etapa de estudos encontra-se nossa filha caçula, Sophia. Ela terminou o curso de GCSE (Certificado Geral de Educação Secundária, da sigla em inglês) que faz parte do ciclo de educação básica e obrigatório para todos estudantes ingleses. Durante as últimas três semanas foram aplicadas provas de GCSE a todos os alunos do país frequentando o 11º ano. Já no 9º ano os estudantes escolhem até 11 disciplinas (no mínimo cinco) a serem estudadas durante o curso e no final do 11º ano prestam exames nacionais para obter o certificado. Estas provas, que não são de múltipla escolha, são a porta de entrada para o próximo ciclo de educação dos jovens ingles, o curso de ensino médio avançado ou cursos vocacionais e profissionalizantes. Entre as matérias obrigatórias no GCSE estão inglês, matemática, biologia, física e química. Além das matérias de base os alunos podem escolher outras disciplinas, desde línguas estrangeiras até artes, teatro, design e tecnologia, ciências do desporto, religião e outras. De acordo com os conceitos obtidos em cada matéria, que variam numa escala de 1 a 9, sendo 9 a nota máxima para alunos com 90% de acerto na prova e 4 o conceito mínimo para passar com 50% de aproveitamento, os estudantes continuam os estudos no curso de A-Level ou diploma técnico. Vale salientar que aqui os estudantes não prestam vestibular para ingressar no ensino superior. Eles preenchem um formulário de inscrição junto ao órgão nacional de ensino superior (Ucas) para o curso e universidade escolhida. As vagas são preenchidas de acordo com as notas obtidas nos exames de GCSE e A level e nível exigido pela faculdade escolhida.
O curso de A-level, também conhecido como “6th Form”, ou seja o sexto ciclo de estudos, inicia depois de o estudante ter obtido o diploma de GCSE, geralmente aos 16 anos e continua durante dois anos, estudando poucas matérias e da preferência do estudante. Aos 18 anos, os alunos do ensino médio avançado prestam exames nacionais de A-level e que determinam o ingresso ao nível superior. Desta forma o aluno tem a possbilidade de focar nas áreas de conhecimento que tem mais facilidade ou que mais gosta. O curso é, de certa forma, uma preparação para o ensino superior.
Nesta semana, nossa filha Sophia, 16 anos, e estudante do colégio interno Stowe, que conta com mais de 800 alunos e está localizado no interior da Inglaterra, comemorou com os colegas de classe o final de mais uma etapa na sua carreira de estudante e também o início das férias escolares de verão aqui. Ela prestou nada menos que 24 provas de GCSE nas últimas semanas em 10 matérias diferentes. Os exames são aplicados a nível nacional, no próprio colégio, tanto para escolas públicas quanto particulares mas são coordenados por um órgão independente. Uma banca examinadora nacional é responsável pela correção e avaliação das provas. Os resultados são divulgados em meados de agosto, antes do início do próximo ano letivo em setembro.