Iniciada em 30 de maio, a greve dos servidores públicos do Instituto Federal Sul-rio-grandense (IFSul) campus Venâncio Aires, em busca do reajuste salarial da classe, segue vigente. A categoria busca a reposição das perdas inflacionárias dos últimos três anos (19,9%). Por conta disso, as atividades de todos os cursos da instituição estão suspensas há 25 dias.
A manifestação passa por reavaliações permanentes, tanto em assembleias dos institutos em greve – em Venâncio, são realizadas assembleias a cada duas semanas – e no comando nacional de greve. Além disso, existe um prazo legal para que se possa garantir o reajuste no orçamento federal, que é dia 2 de julho.
Segundo a assistente em administração e integrante do comando da greve no campus, Ruti Oliveira, o momento é de pressionar ainda mais o governo, para obter os resultados necessários. “O Governo Federal continua desmantelando o serviço público, especialmente no setor da educação, e sufocando o funcionalismo público como um todo ao não propor nenhuma forma de recomposição dos salários, mesmo com a inflação subindo assustadoramente”, detalha.
Ruti ainda coloca que, atualmente, a principal ação do comando nacional do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe) é pressionar os parlamentares federais para que exijam do governo a abertura de uma mesa de negociações. “Além disso, estamos procurando ampliar a greve em todo o país e também realizando encontros com a comunidade escolar no sentido de garantir maior pressão”, pontua.
No campus Venâncio, são em torno de 80 servidores, entre professores e funcionários.
“Ninguém gostaria de fazer a greve, infelizmente a data-base não vem sendo respeitada desde 2016 para técnicos-administrativos e, desde 2018, para docentes. Se fosse uma empresa que tivesse essa ação, provavelmente seria multada. Vemos com apreensão a falta de diálogo do governo, pois somos os maiores interessados em voltar a trabalhar, tendo reposições justas e condições de trabalho.”
RUTI OLIVEIRA
Integrante do comando da greve em Venâncio
Relembre:
Em nota publicada no dia 27 de maio, os servidores informam que entraram em greve pela reposição das perdas inflacionárias dos últimos três anos (19,9%). No documento, é informado que esse movimento é a última instância após meses de negociação com o Governo Federal.
Ainda no comunicado, os servidores enfatizam que não possuem reajustes anuais ou correção da inflação como outros trabalhadores. “As reposições inflacionárias só ocorrem em negociações diretas com o governo, o que normalmente envolve greve. Além disso, o índice de 19,99% representa apenas a inflação acumulada neste governo, mas os servidores estão com seus salários congelados há mais de seis anos”, diz o comunicado.