Os estudantes Mateus Roberto Algayer, 20 anos; João Felipe Staub e João Jorge Stahl Gomes, ambos com 19, tiveram parte fundamental em um feito inédito para o campus do Instituto Federal Sul Rio-grandense (IFSul) de Venâncio Aires. Eles conquistaram o primeiro registro de propriedade industrial entre alunos da instituição no município.
Os meninos desenvolveram um programa de computador (software) chamado QuizIF, durante trabalho interdisciplinar do curso técnico em Informática integrado ao Ensino Médio. Com a ajuda dos professores Fernando Luis Herrmann, Daniel Assmann, Fabio Lorenzi da Silva, Geovane Griesang e Geison Quevedo, tiveram o projeto registrado no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
A ideia surgiu com base no site Kahoout, que já existe, e a intenção era criar um software parecido com a condição de fazer perguntas e respostas para que usem no próprio campus. “Os professores podem fazer quiz, adicionar novas perguntas, e ao fim gera uma avaliação da atividade que fica salva no aplicativo”, explica Mateus. O objetivo do aplicativo – desenvolvido em Java pelo Netbeans – segundo o trio de alunos, é ser algo institucional e de uso compartilhado no campus.
A parte final do trabalho iniciou em dezembro de 2021 e foi concluída em abril de 2022, porém, o planejamento vem sendo feito desde o 1º ano dos meninos no IFSul. Segundo João Felipe, o motivo da escolha por fazer um aplicativo de jogo se deu porque ele e os colegas repararam que a maioria dos trabalhos finais envolviam aplicativos de gestão, compras e controle empresarial. “Não tem muitos jogos e algoritmos desenvolvidos aqui. A ideia foi fazer essa prática inicial para deixar como inspiração aos próximos alunos, que poderão incrementar e torná-lo melhor.”
João Gomes reforça que um dos objetivos do QuizIF é também ser uma retribuição ao campus. “A ideia não é comercializar, mas deixar disponível aqui, é como se fosse um ‘muito obrigado’ por tudo que aprendemos e vivemos aqui nestes quatro anos.” Os estudantes enfatizam que, com o trabalho, se desafiaram e puderam ver o quão longe conseguem chegar, indo atrás de soluções e métodos com técnicas próprias.
Segurança
A ideia de registrar no INPI, segundo o professor Fernando Herrmann, foi de dar segurança jurídica para a ideia dos meninos. “Percebemos que era um projeto autêntico e promissor, e o INPI dá segurança contra cópias, pois é o mesmo lugar que registra patentes e marcas.” Agora, segundo o professor, caso os jovens queiram dar continuidade ao aplicativo, por exemplo, disponibilizando-o na internet, estão protegidos pela lei como autores do QuizIF. O registro não teve custo nenhum aos alunos ou professores, pois o encaminhamento foi feito por meio da instituição de ensino.
Herrmann explica que o trabalho interdisciplinar faz parte das avaliações finais do curso. “O método visa estimular os estudantes a produzirem um sistema de informação completo, reunindo diversas habilidades e competências adquiridas durante o curso, que têm relação com a programação de software.” As disciplinas envolvidas no trabalho foram a de Engenharia e Qualidade de Software; Linguagem de Programação III; Programação para Dispositivos Móveis; e Segurança da Informação. Segundo o professor, os estudantes são os protagonistas destes projetos com ideias e planejamentos, e os professores atuam como mediadores.
Futuro
- Os estudantes se formaram em maio deste ano e agora cada um segue com seus sonhos e planos.
- Mateus está atuando na área como desenvolvedor de software, cursa o tecnólogo de Análise e Desenvolvimento de Sistemas no IFSul e, no futuro, pretende ser professor.
- João Felipe está trabalhando como técnico em Informática em uma empresa de Santa Cruz do Sul e a ideia do jovem é seguir estudando e fazendo cursos para se aperfeiçoar em administração de redes.
- Já João Gomes está no processo de estudos para fazer vestibulares e, no próximo ano, também pretende cursar o ensino superior no IFSul.