Já passa das 18h e, assim que eu terminar de escrever este post, tenho um compromisso muito importante: meu último ensaio antes da apresentação de ballet. Ballet? Exatamente. Neste ano, no mês de abril, um dia depois de completar 24 anos, resolvi encarar um novo desafio. Ingressei em uma escola e, uma vez por semana, passei a treinar pliês, saltitos e as cinco posições de pernas e braços.
De uma hora para a outra, me familiarizei com expressões como ‘pé de bailarina’, ‘pé de palhaço’, ‘meia ponta’ e ‘dedinhos de bailarina’. Em geral, a cara das pessoas é de espanto sempre que conto – toda faceira – que faço ballet. Por algum motivo, a maioria associa a dança com lindas menininhas vestidas de cor de rosa. Como já passei, e muito, da classificação de ‘menininha’; e também não visto rosa para dançar, não é de se admirar o estanhamento. Mas é justamente essa a parte divertida: mesmo depois de ‘velha’, a possibilidade de encarar uma atividade inusitada e desafiante.
Confesso para vocês que minha motivação principal para iniciar nessa modalidade de dança foi a atividade física pura e simples, afinal, dá para queimar umas ‘boas’ calorias em uma aula. Depois de um tempo, no entanto, o foco mudou: a partir do momento que comecei a incorporar o estilo, passei a ver a atividade muito mais pelo seu lado cultural. Passei a pesquisar sobre a história da dança, a assistir vídeos de companhias famosas e a buscar por acessórios de bailarina.
Agora, estou a quatro dias da minha estreia. O figurino já está prontinho, a meia-calça fio 40 está comprada e, após o ensaio de hoje, preciso ‘lustrar’ a sapatilha. No evento, que irá ocorrer no dia 7 de dezembro, a partir das 20h, no Colégio Oliveira Castilhos, terei como plateia as pessoas mais queridas: pais, avós e namorado. Em meio a tantas menininhas vestindo cor de rosa, vai haver uma ‘marmanjona’ vestindo branco e cor de laranja. Mas quer saber? Mesmo que minha elasticidade seja uma vergonha, que meus braços sejam um tanto descordenados e o equilíbrio seja artigo de luxo, tenho certeza que me sentirei a própria Ana Botafogo (para quem não sabe, é umas das principais bailarinas brasileiras).
Afinal de contas, o que vale é dar o colorido para a vida. E o que melhor do que um traje cor de laranja, ao som da ‘Valsa das Flores’? Eu, ao menos, vou testar essa!