A diretoria do Aeroclube de Venâncio Aires tem um ambicioso projeto para colocar em prática: quer aumentar a extensão da pista usada para pousos e decolagens dos atuais 200 metros para 670 metros de terra e grama. O presidente da entidade, Altemir Soares dos Santos, diz que o passo é de extrema importância para que a Capital do Chimarrão dê continuidade ao processo de aparecimento no mapa da aviação do Rio Grande do Sul.
Em razão disso, já inicou a busca por apoio junto à Prefeitura e à Câmara de Vereadores. Na sessão de segunda-feira, 18, o presidente ocupou a tribuna do Legislativo para reforçar a intenção. “Temos tudo o que precisamos, ali naquela área, para fazer a região ‘decolar’ novamente”, declarou Santos. No próximo dia 28, representantes da Casa do Povo, do Executivo e do Aeroclube têm uma reunião agendada para tratar do assunto.
Caso o ‘sonho’ seja concretizado, Venâncio Aires passaria a ser uma possibilidade para decolagens e pousos de ultraleves de até quatro passageiros, além de modelos como o Conquest e o Cesna, afirma o presidente. “Hoje, temos os aeromodelos e ultraleves de no máximo dois passageiros”, diz Santos. Ele comenta que, embora muitas pessoas não tenham conhecimento, quatro aeronaves permanecem em um hangar na Capital Nacional do Chimarrão. “Precisamos dar este passo rumo ao futuro. Nós queremos evoluir”, argumenta.
IMPORTÂNCIA
A convite do presidente do CVM, o piloto de linhas comerciais Carlos Roni Matte, de 57 anos – 40 deles dedicados à aviação -, também foi à tribuna da Câmara. Radicado em Lajeado ele começou no aeromodelismo quando era criança e destacou que a prática “não é uma brincadeira de criança, mas a base para quem quer se tornar piloto e tocar a aviação”. Matte disse ainda que a aviação não pode ser encarada como “um brinquedo de rico” e que os municípios com melhor estrutura têm vantagem na atração de investimentos.
“A pista de pousos e decolagens de uma cidade é, hoje, a porta aberta para o futuro. Se você quiser trazer um show de renome, um político influente ou uma empresa, a primeira coisa que perguntam é se tem pista. A Havan se instalou em Lajeado e a pergunta número 1 do Luciano Hang foi se tinha a pista lá”, declarou. O piloto mantém um hangar em Estrela e vê empresários utilizando diariamente, porque agiliza muito o deslocamento. “Fui aluno em Santa Cruz do Sul, foi lá que me formei, e vejo o pessoal se esforçando para manter as estruturas. É preciso fortalecer a aviação regional. Tem que pensar na frente. Aviação é coisa séria e o transporte é muito seguro. Cada vez mais a velocidade de deslocamento é importante”, concluiu.
32
é o número de integrantes e colaboradores do Clube Venâncio-Airense de Modelismo (CVM), atualmente.
1 Tudo começou em meados de 2005, com um grupo de amigos apaixonados pela aviação e pelos seus aeromodelos. A área utilizada foi cedida pela já extinta Fundação Ambiental de Venâncio Aires (Favan), em Linha Ponte Queimada. Dessa maneira, começaram a ganhar público e adeptos ao esporte.
2 Em 2009, o grupo ganhou o apoio do Aeródromo do Campo da Aviação, onde seguiu firme, atraindo cada vez mais amantes do hobby. Até que, em 2010, as atividades do Aeródromo, uma pista que era referência na época para todo o Rio Grande do Sul, se encerraram. Com isso, iniciou a busca por uma nova área.
HISTÓRICO
3 Em 2011, surgiu uma nova pista, nas dependências da pista de laço do Piquete Machry, no Grão-Pará. A turma já estava maior e foram iniciadas as tratativas para a formação de um grupo de aeromodelismo em Venâncio Aires.
4 Em 2012, os integrantes partem para outra área, nos fundos da Escola Wolfram Metzler (Colégio Agrícola), em Linha Bem Feita, cedida pelo Estado. Mas, como precisavam abrir um CNPJ do clube, tiveram que mudar mais uma vez.
5 Em 2014, uma área particular é locada, em Linha Hansel, e ali é fundando o Clube Venâncio-Airense de Modelismo (CVM), em 14 de maio. A sede ficou lá estabelecida até 2017.
6 Em junho de 2017, é concedida uma nova área, em Linha Barbosa, onde é construída uma pista de 200 metros para a prática de esportes de modelismo. A sede está lá até o presente momento e o espaço recebe também alguns ultraleves básicos. Agora, a intenção é ampliar a pista.