Dan Poletti vai lançar seu primeiro romance

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Nascido em Joaçaba, Santa Catarina, Dan Poletti se mudou para Venâncio Aires aos 7 anos. Hoje, com 35, ele prepara o lançamento do seu primeiro romance, ‘Instante Infinito’. A obra foi premiada em edital de cultura de Bento Gonçalves e será lançada, inicialmente, em agosto, na serra gaúcha, e, posteriormente, em Venâncio Aires, com datas a definir.

A produção tem origens na viagem que o escritor fez, em 2015, pelo Uruguai, Argentina e Chile. Nesse período, Poletti, acompanhado de um amigo, fez o trajeto pedindo caronas e dormindo ao ar livre. “Essa viagem durou 97 dias, foi tudo de carona, com exceção do retorno. Este fiz de ônibus para reencontrar minha filha mais rapidamente”, relembra.

Segundo ele, nesta fase conheceu grandes amigos e viveu experiências inesquecíveis. Um desses amigos foi um jovem canadense. “Trocamos nossas histórias e mantivemos contato. Criamos um laço, ele estava em um período difícil da vida”, pontua.

A partir disso, o canadense voltou para seu país natal, escreveu uma história e enviou para Poletti. “Ele dizia: podes traduzir essa história e lançar na América, por que não quero ela aqui”. Algo que o brasileiro ficou receoso, porém leu e acabou traduzindo. “Por questões burocráticas, está meu nome na capa, mas a história é dele. Inclusive, apareço como personagem no livro. Os nomes dele e da família não aparecem, por opção dele. Ele nomeia os lugares, mas o restante não”, enfatiza.

Processo diferente

Ao contrário de suas demais obras, nesta Dan Poletti teve função de tradutor e realizou adaptações para trazer mais sentido para os leitores brasileiros. De acordo com o escritor, este amigo pediu para não alterar o texto, apenas traduzir da melhor forma possível, adaptando algumas expressões, entretanto, sem alterar de forma profunda a redação. “Escolhi traduzir alguns locais, mas de resto mantive exatamente como recebi. São três partes e um epílogo, este é meu, escrevi e expliquei toda a história.”

Segundo Poletti, o processo de escrita foi totalmente diferente. Atualmente, o tradutor aparece na capa e na contracapa, pois suas escolhas podem alterar totalmente o sentido do texto. “O tradutor também escolhe as palavras e treina sua escrita, coisas que podem ter sentidos diferentes não pode-se traduzir literalmente”, exemplifica.

A obra tem como protagonista o garoto canadense que Dan Poletti conheceu. Apesar de ter personagens e acontecimentos reais, Poletti não consegue afirmar que toda a história é real, podendo conter parte ficcionais.

Dessa forma, pode ser categorizada como uma autobiografia ou uma autoficção. “Não sei exatamente, talvez tenha coisas que não sejam reais, mas o plano de fundo é totalmente verdadeiro. O leitor que vai decidir o que é verídico ou não”, detalha.

De acordo com Poletti, o mais importante não é saber o que é real, e sim entender o sentido da escrita. “É sobre um garoto que está em fuga, às vezes é agoniante ler as atitudes tomadas. É possível perdoá-lo, mas é um personagem com problemas e decisões confusas.”

A segunda parte é fundamental para o leitor decidir sua opinião acerca do protagonista. “É uma escolha importante, passei por algo semelhante e escolhi o inverso. Ele teve, na minha opinião, a pior decisão. Contudo, criei um laço com ele que me leva para o lado da pena, pois apesar da péssima decisão, ele tentou consertar. A decisão cabe ao leitor”, enfatiza.

O importante na literatura, para Poletti, é causar impacto, seja medo, emoção ou felicidade. “Essa obra vai impactar o leitor. A carga dramática é bem alta, apesar de alguns alívios cômicos, ele fala no silêncio e nos toca no interior.”

“É a obra ficcional da minha vida, mesmo com 35 anos. Não desrespeitando minhas outras obras, as quais amo. Mas me dediquei tanto nesse projeto, de corpo e alma, e todos que leram até agora foram impactados por ele.”

DAN POLETTI

Escritor

Conheça Dan Poletti

• Começou a ler com 7 anos, quando retirou seu primeiro livro, ‘Diário de um Mago’, do Paulo Coelho. Aos 18 anos, lia bastante biografias e assistia documentários. Além disso, outra literatura que lhe chamava atenção eram aquelas que trabalhavam o extraordinário, outros mundos possíveis, astronomia e ficção científica, por exemplo.

• Publicou em 2013, com 26 anos, o ensaio ‘Ser Divino Consciente’. Em 2019, teve dois contos publicados na obra ‘Nem Tudo Foi Dito’. Em 2021, publicou a novela ‘A Misantropia’, obra vencedora do Prêmio Premiarte 2020 (Fundo Municipal de Cultura de Bento Gonçalves).

• Para o ano de 2022, prepara o lançamento do romance de estreia ‘Instante Infinito’ e organiza o livro de contos ‘Avança Sobre o Sul a Frente Fria’. Participou de diversas oficinas de escrita criativa, dentre elas, ‘As Engrenagens do Romance’, ministrada por Carol Bensimon. Foi aluno de Natália Polesso e Marcelino Freire.



Leonardo Pereira

Leonardo Pereira

Natural de Vila Mariante, no interior de Venâncio Aires, jornalista formado na Universidade de Santa Cruz do Sul e repórter do jornal Folha do Mate desde 2022.

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