Sessão realizada ontem à tarde, no Tribunal do Júri de Venâncio Aires, levou ao banco dos réus e condenou Luís Henrique Rodrigues, de 29 anos. A denúncia do Ministério Público dizia que no dia 20 de fevereiro de 2017 ele desferiu tiros contra Tiago Fuentes e Paulo Sérgio Cardoso Fagundes. O crime foi praticado no bairro Industrial e segundo as vítimas, foi motivado por uma desavença que envolvia a irmã do réu e duas irmãs de Fuentes.
Em plenário, diante do corpo de jurados, formado por quatro mulheres e três homens, vítimas e testemunhas confirmaram que Rodrigues estava com a sua moto no dia do crime e que desferiu os tiros. Também disseram que ele conduzia a moto, tendo na carona um irmão. O réu, por sua vez, negou a autoria dos disparos e inclusive disse que nunca teve moto.
O atentado foi praticado por volta das 20h. Fuentes e Fagundes, que é seu cunhado, caminhavam pela Avenida das Indústrias, em direção ao ginásio de esportes de Linha Ponte Queimada. Na companhia deles estavam duas irmãs de Fuentes, sendo que uma delas era – e continua sendo – companheira de Fagundes.
Os depoimentos das duas vítimas e da companheira de Fagundes foram praticamente iguais e disseram que o réu e seu irmão passaram por eles na moto e pararam a uma distância de aproximadamente 4 metros. Os dois desembarcaram e Rodrigues sacou um revólver e atirou na direção de Fagundes, o atingindo de raspão no rosto, pouco abaixo do olho esquerdo. Com o impacto, Rodrigues caiu na valeta, ao lado da via asfaltada.
Na sequência, relataram as vítimas e a testemunha, o atirador, inflado pelo irmão que dizia “atira pra matar”, foi na direção de Fuentes e deu outros tiros. A vítima foi atingida por um disparo, no joelho direito, e depois de uma queda, conseguiu fugir e se esconder na mata, às margens da via. O projétil que atingiu Fuentes, inclusive, ainda está alojado em seu corpo.
Questionado pelo juiz João Francisco Goulart Borges, que presidiu a sessão, o réu negou qualquer envolvimento no atentado. Ele foi defendido pelo advogado Léo Lawall e alegou que as vítimas o confundiram com outra pessoa. A acusação, feita pelo promotor Pedro Rui da Fontoura Porto, sustentou que o réu atirou nas duas vítimas devido a um problema ocorrido meses antes e que envolvia a irmã dele.
Ao final, Rodrigues foi condenado por duas tentativas de homicídio a uma pena de 3 anos, 10 meses e 20 dias, em regime semiaberto.
PRÓXIMA SESSÃO
O conselho de sentença volta a se reunir no dia 31 de agosto, próxima quarta-feira, quando será analisado um homicídio praticado no dia 30 de dezembro de 2008, em Vila Palanque. Segundo a denúncia do Ministério Público, os réus Adão José Chaves, Cássio Gilberto da Rosa Ireno e Dario Schabat Machado de Oliveira mataram Laércio Vlademir Michels. A denúncia diz que Dário e Cássio, a mando de Adão, mataram Michels com cinco tiros por conflitos entre os vizinhos. O crime foi praticado na estrada da localidade, distante alguns metros da casa onde a vítima vivia com a família. Michels foi atraído para a rua, por duas pessoas, onde foi executado. A defesa de Chaves será feita pelo advogado Ezequiel Vetoretti. Dário Schabat e Cássio serão defendidos pela Defensoria Pública.