PÉ NA ESTRADA
Por Ana Flávia Hantt*
Capital da Alemanha, Berlim pode ser uma grande surpresa para os turistas, especialmente os que vêm do sul do Brasil. Sabemos que a cidade foi palco de grandiosos eventos históricos — como as duas guerras mundiais e a divisão da Alemanha Ocidental e Oriental pelo Muro de Berlim — mas os acontecimentos do passado nem são o primeiro fato que chama a atenção.
Estive em Berlim por duas semanas em agosto, e a primeira surpresa foi perceber que o leste da Alemanha não tem nada a ver com a imagem bavária que cultivamos em Venâncio Aires e região. A parte oriental do país traz grande influência de países como Polônia, Rússia, e República Tcheca, e os sobrenomes por lá mostram essa diferença. A arquitetura é majoritariamente industrial e utilitária, com muitos prédios acinzentados e linhas retas — por lá não se vê com frequência a arquitetura enxaimel a que estamos acostumados.
Depois de passarem por tanta opressão, no entanto, é a ‘atitude’ dos berlinenses que diferencia essa capital de outras no mundo. A impressão que temos é que existe uma regra não escrita de que é proibido ceder às convenções sociais mais tradicionais. Isso se vê claramente nas roupas e nos cabelos. A forma de se vestir em Berlim é um ato político e demonstra a liberdade da mente e do corpo. Ouvi de um morador da cidade: “Aqui, só não pode se vestir muito normal.”
Berlim é famosa por suas casas noturnas — onde celulares são proibidos para dar privacidade aos frequentados — e também pela diversidade cultural, especialmente gastronômica. Nos meus dias em Berlin, frequentei muito um restaurante brasileiro especializado em comidas mais comuns no norte do país, como moqueca, bobó, feijoada, tapioca, etc, e todas as opções eram vegetarianas.
Nas próximas semanas, falarei de forma mais aprofundada sobre os pontos turísticos e a cultura de Berlim.
