O sonho de Venâncio Aires ter um deputado a partir de 2023 ainda não está totalmente descartado. Dependendo das alianças que forem construídas para o segundo turno ao Governo do Estado, entre Onyx Lorenzoni (PL) e Eduardo Leite (PSDB), a Capital Nacional do Chimarrão ainda pode ver um representante local na Assembleia Legislativa. Quem tem mais chances disso ocorrer é o ex-prefeito Airton Artus (PDT), que ficou com a primeira suplência do partido na eleição do dia 2 de outubro, com 24.319 votos.
Nesta sexta-feira, 7, o PDT confirmou apoio à reeleição de Eduardo Leite. Caso ele vença o adversário, a sigla passaria a compor o governo, com pelo menos uma secretaria. Como geralmente os deputados eleitos são convidados para preencher as vagas de primeiro escalão, Artus assumiria uma cadeira no Palácio Farroupilha. É preciso, no entanto, inserir no cenário de possíveis ‘candidatos a secretário’, além dos quatro deputados estaduais eleitos pelo PDT (Eduardo Loureiro, Luiz Marenco, Gerson Burmann e Gilmar Sossella), Vieira da Cunha e Juliana Brizola. O primeiro concorreu a governador e Juliana a deputada federal, mas ambos não atingiram seus objetivos e são nomes fortes na sigla.
Outro venâncio-airense que vive a expectativa de assumir como deputado estadual é o também ex-prefeito Giovane Wickert (PSB). Ele ficou com a segunda suplência do partido, com 13.650 votos, mas pode ter oportunidade na Assembleia dependendo das articulações. O PSB, que reelegeu Elton Weber para o Palácio Farroupilha, já confirmou apoio a Eduardo Leite. O segundo mais votado da legenda foi José Stédile, que foi secretário estadual de Obras e Habitação no governo do PSDB. Na ocasião em que tirou férias, Wickert foi quem assumiu a pasta, na qual permaneceu por um mês, já que era secretário adjunto.
EXPECTATIVA
Artus admite que está na expectativa em relação à possibilidade, pois o PDT tem proximidade com Eduardo Leite. No entanto, ele afirma que não está “trabalhando em benefício próprio”. O pedetista acompanha o processo a distância, mas garante que estará à disposição do partido, em caso de uma convocação. “Sou o primeiro suplente, tenho obrigação com o PDT e responsabilidade”, comenta. Ainda muito frustrado por ter ‘batido na trave’ outra vez – inclusive, apontou possíveis culpados pelo seu insucesso nas urnas -, Artus salienta que não tem queixas do eleitorado de Venâncio e vai representar o município com dedicação, caso a oportunidade apareça. Ele retomou as atividades de médico na Clínica São Vicente.
No caso de Giovane Wickert (PSB), uma eventual oportunidade no Governo do Estado só poderá se consolidar em caso de vitória de Eduardo Leite no segundo turno. Isso porque o PSB, ainda durante a semana, anunciou apoio à reeleição do tucano. Embora reconheça a dificuldade para conseguir um espaço na Assembleia, o também ex-prefeito de Venâncio Aires ressalta o fato de já ter participado do governo de Leite. “Já trabalhamos juntos e nos conhecemos bem, mas há um jogo de xadrez pela frente, porque este segundo turno para governador vai ser taco a taco, na minha opinião”, projeta o segundo suplente do PSB.
Nos casos de Celso Krämer e Silvia Schirrmann, ambos do Podemos, as votações não permitiram que eles ficassem em posições interessantes de suplência. Krämer somou 7.588 votos e conquistou a sexta suplência da legenda (que fez duas cadeiras) para deputado estadual. Silvia, que concorreu a deputada estadual, foi a 13ª mais votada da sigla (que garantiu somente uma vaga na Câmara dos Deputados), com 2.432 votos.
Silvia e Celso
Para Silvia Schirrmann (Podemos), a eleição já ficou para trás. Ela se preocupa, no momento, em agradecer aos 2.432 eleitores que lhe confiaram votos e diz que só vai começar a pensar em 2024 daqui mais um tempo. “Ainda está muito longe para dizer o que vou fazer na próxima eleição, mas a princípio, o que eu quero é me manter firme e forte na política”, afirma.
O candidato do Podemos a deputado estadual por Venâncio Aires, Celso Krämer, também foi contatado pela reportagem da Folha do Mate para comentar sobre o seu futuro político. No entanto, o ex-vice-prefeito da Capital Nacional do Chimarrão não respondeu às mensagens e ligações.
Preço do voto
Com base nos valores recebidos e votos obtidos pelos candidatos de Venâncio Aires, é possível fazer um exercício sobre o preço de cada voto recebido. Confira a seguir.
Airton Artus: O candidato do PDT à Assembleia Legislativa recebeu R$ 277.000,00 para a campanha. Dividindo pelos 24.319 votos que recebeu, o preço do voto ficou em R$ 11,39.
Giovane Wickert: O candidato do PSB à Assembleia Legislativa recebeu R$ 257.492,95 para a campanha. Dividindo pelos 13.650 votos que recebeu, o preço do voto ficou em R$ 18,86.
Silvia Schirrmann: A candidata do Podemos à Câmara Federal recebeu R$ 167.731,60 para a campanha. Dividindo pelos 2.432 votos que obteve, o preço do voto ficou em R$ 68,96.
Celso Krämer: O candidato do Podemos à Assembleia Legislativa recebeu R$ 672.916,00 para a campanha. Dividindo pelos 7.588 votos que obteve, o preço do voto ficou em R$ 88,68.