Em meio a dificuldades, protagonismo feminino rural segue em expansão

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As mulheres vem ganhando destaque e ocupando diversos lugares e posições na sociedade e na agricultura não é diferente. Apesar de estarem historicamente ligadas ao trabalho de cuidado da casa e dos filhos, as mulheres, cada vez mais, buscam por capacitação e participam ativamente da produção rural.

Para Cristina Vergutz, coordenadora pedagógica da Escola Família Agrícola de Santa Cruz do Sul (Efasc), o trabalho das mulheres na produção rural está, de 80 a 90%, vinculado ao trabalho doméstico e de cuidado. “Essa é a grande representatividade feminina, que precisa ser tornada visível. O trabalho das mulheres na agricultura não é de ajuda e sim de estrutura, de base, para que o trabalho produtivo na agricultura aconteça”, afirma.

Os dados do Senso Agropecuário de 2017 apontam que, no Brasil, 19% dos estabelecimentos rurais tem comando de mulheres. No Rio Grande do Sul, esse percentual chega a 12%. A coordenadora pedagógica compara com os dados do Vale do Rio Pardo e observa que, na região, há um desnível histórico no comando das propriedades rurais. “As mulheres enfrentam uma situação de desigualdade histórica. A produção agrícola é, majoritariamente, dominada pelo sexo masculino”, comenta.

No entanto, apesar de todos os desafios, a busca feminina pela capacitação rural segue uma crescente. “Em 2009, a Efasc possuía 16% de estudantes mulheres. Neste ano, chegamos a 39%”, analisa Cristina. De acordo com ela, esse aumento se deve ao processo educativo do trabalho com gênero realizado pela instituição, que comprova à sociedade que a Efasc é um espaço para as mulheres e que a convivência entre homens e mulheres na instituição é um processo pedagógico. “A escola tem um processo educativo bem interessante de aumento da busca de meninas por curso técnico em agricultura”, comenta.

“Precisamos que as mulheres sejam realmente valorizadas pelo seu trabalho produtivo e doméstico e pelo cuidado realizado, que é importantíssimo e mantém a estrutura e a força de trabalho da sociedade.”

CRISTINA VERGUTZ

Coordenadora pedagógica da Efasc

Cristina é coordenadora pedagógica da Escola Família Agrícola de Santa Cruz do Sul (Crédito: Arquivo Pessoal/Divulgação)

11%

é o número de mulheres à frente de uma propriedade rural no Vale do Rio Pardo, de acordo com o Senso Agropecuário de 2017.

    

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