O sonho de Dagiane Piovezani, 24 anos, sempre foi viajar e conhecer novos lugares. Durante a graduação em Gastronomia, realizada na Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), ela teve a oportunidade de ouvir falar sobre diversas oportunidades de intercâmbios proporcionadas pela profissão que escolheu seguir.
“Quase no fim do curso decidi procurar agências de intercâmbio que me dessem a possibilidade de trabalhar como chef de cozinha internacionalmente. Encontrei uma agência de confiança e dei início ao processo”, conta. A formatura ocorreu em março de 2021 e, desde o início de fevereiro deste ano, a jovem moradora de Mato Leitão vive na cidade de Marco Island na Flórida, Estados Unidos.
“Morar na Flórida em específico foi um desejo meu, pois durante o processo de intercâmbio a agência apresenta vagas disponíveis e eu podia escolher a que mais me interessava. No meu caso, optei por uma ilha na Flórida banhada pelo mar do Caribe”, explica. Essa foi a primeira vez que Dagiane ficou tanto tempo longe da família e amigos e também foi a primeira experiência no exterior.
Para ela, a palavra que define esse momento é aprendizado. “O tanto que eu estou aprendendo é surreal, tanto profissional quanto pessoal. Tu vivencia novas culturas, conhece diferentes crenças e aprende a partilhar experiências. Digo culturas porque conheço pessoas de vários lugares do mundo. No profissional, estou tendo a oportunidade de trabalhar com chefs do mundo todo e aperfeiçoar minhas habilidades na cozinha”, compartilha.
Adaptação
Segundo a jovem, que é filha de Amarildo João Piovezani e Rogeria Fatima Moresco, o principal desafio em morar fora do país foi o idioma. “Estudei Inglês antes de viajar, pois um dos requisitos para a vaga era ter, pelo menos, Inglês intermediário. Mas, chegando aqui, foi muito difícil a compreensão da língua, devido ao grande número de imigrantes, principalmente no meu local de trabalho. Eles falam com muito sotaque e não do mesmo jeito que aprendemos no curso de Inglês”, relata.
Foi justamente a grande quantidade de imigrantes na cidade onde vive o fator que mais chamou atenção de Dagiane. “São pessoas de Cuba, Venezuela, Haiti, Jamaica, Índia, Tailândia, Bósnia e Herzegovina, Canadá, Peru, França e muitos outros países. Na verdade, conheci pouquíssimos estadunidenses”, observa.
A jovem ficará na Flórida até fevereiro do ano que vem e, por enquanto, não tem planos a longo prazo. A única certeza é que as experiências internacionais não vão encerrar com essa viagem. “Vou fazer mais um intercâmbio no próximo ano, só estou em dúvida entre dois países, e vou continuar trabalhando com a Gastronomia, que é o que me move”, ressalta.
Rotina
• Dagiane Piovezani trabalha como chef de cozinha em um resort de luxo na beira da praia, na cidade de Marco Island. De acordo com ela, a rotina é bastante cansativa, com dias em que chega a trabalhar 13 horas. “Mas é algo que amo fazer e estou melhorando cada dia”, comenta.
• Por ser uma ilha o local onde a jovem reside, encontrar moradia não é tão simples. Por isso, o resort onde ela trabalha auxilia os intercambistas com isso. “No total, são três casas só com os intercambistas que trabalham no mesmo hotel que eu. Divido a casa com mais sete pessoas – quatro da Tailândia e três da Índia. Minha casa fica a dez minutos do hotel e dois minutos da praia”, conta.
