Dezenas de capitais no mundo são famosas por sua noite movimentada — como Nova Iorque, Miami e Amsterdam — mas Berlim é provavelmente a única onde você pode entrar em clube na sexta-feira e sair apenas no domingo.
Tudo começou durante a Guerra Fria. Na Alemanha Ocidental, bares deveriam fechar suas portas às 21h. Na Alemanha Oriental, controlada pelo regime soviético, o toque de recolher ocorria às 22h. Parece piada, mas ambos os lados começaram a disputar quem fechava seus bares mais tarde. Empresários do lado Ocidental iniciaram, então, uma campanha com os comandantes americanos para que os bares fossem fechados apenas quando o barmen anunciasse “é hora de fechar!”. Em junho de 1949, o toque de recolher no lado oeste de Berlim deixou de existir e a tradição estava formada.
Atualmente, Berlim é famosa pelos clubes de música eletrônica (techno music), e estima-se que cerca de 3 milhões de turistas a visitam todos os anos por este motivo. Um dos grandes apelos é a privacidade. A regra é: o que acontece no clube, fica no clube. Adesivos são colados nas câmeras dos celulares pelos seguranças, e a grande maioria dos comportamentos são tolerados (inclusive relações sexuais, nudismo, e uso de drogas ilícitas). Apesar dessa liberdade, é pouco provável que os frequentadores realmente enxerguem o que está acontecendo ao redor, já que as pistas de dança são muito escuras, e fazem uso de constantes luzes ofuscantes e gelo seco. A entrada nos clubes também não é garantida. O público é selecionado na portaria pelos seguranças (bouncers), e entre os critérios está a roupa escolhida e a ‘atitude’ do frequentador.
Na prática, é fácil ter um gostinho da vida noturna de Berlim. Há dezenas de clubes espalhados pela capital, e boa parte não é assim tão ‘exótica’. Os clubes são parte da história e cultura da capital alemã e vale a pena visitá-los, nem que seja apenas por uma hora ou um pouco mais, como se fosse qualquer outro ponto turístico.