Prédio da Unimed: passeios de elevador e outras histórias

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No fim dos anos 1990, que jovem nunca foi até o prédio da Unimed só para andar de elevador? Com sete andares, além do térreo, o edifício, construído em 1996, trazia como novidade o ascensor e foi considerado um ‘arranha-céu’ no Centro de Venâncio Aires.

Milton Ferreira trabalha há 19 anos no prédio da Unimed, onde é ascensorista, zelador e porteiro (Foto: Débora Kist/Folha do Mate)

Desde então, é local de encontros e muitas histórias. Parte delas foi presenciada pelo ascensorista Milton Ferreira, 38 anos, que também é zelador, porteiro e ‘faz-tudo’, como gosta de se definir. O trabalho de recepção junto ao elevador, aliás, já foi feito pelos outros irmãos Ferreira: João, Anderson e Sidnei (o Sid, eleito vereador e atual secretário de Infraestrutura e Serviços Públicos).

“Acho que quando a gente pensa no prédio da Unimed, a palavra ‘acolhimento’ é a mais forte. Como é um centro clínico, a maioria das pessoas que circula aqui está com algum problema de saúde. Então ter uma boa acolhida e dar um sorriso, marca as pessoas. Criamos vínculos com muita gente”, conta Milton, que trabalha no prédio há 19 anos.

Ele lembra que foram as amizades e a convivência com milhares de venâncio-airenses que tornaram o irmão Sid conhecido e lhe deram impulso para entrar para a política. “Tenho certeza de que muitos votaram nele por lembrar do jeito atencioso e preocupado dele.” O próprio Sid já declarou em outras oportunidades que, até hoje, muita gente ainda o chama de ‘o guri do elevador’ ou o ‘guri do prédio da Unimed’.

Clair Braga é secretária há 19 anos em consultório no prédio (Foto: Débora Kist/Folha do Mate)

Secretárias

Liris Maria Winckelmann, 58 anos, trabalha desde 1988 como secretária do médico de família, Luiz Dalprá, o qual tem consultório no prédio da Unimed há 25 anos. Mesmo com tantos anos de profissão, Liris diz que todos os dias são diferentes. “É sempre uma caixinha de surpresas. E uma coisa bonita é que muitos pacientes se tornam amigos, quase família.”

Liris, que fala a língua alemã, também conta que em algumas situações faz as vezes de tradutora. “Pacientes mais idosos, do interior, que são de outros médicos, às vezes entram para perguntar. Daí a gente ajuda, como pode.”

Liris Winckelmann está há 25 anos trabalhando no prédio (Foto: Débora Kist/Folha do Mate)

A também secretária Clair Bazeggio Braga, 67 anos, trabalha há 19 anos com o médico reumatologista Éverton Hinterholz. “O que mais me marcou nesses anos todos é acompanhar a recuperação dos pacientes. Porque nesse prédio, muitas pessoas estão atrás da melhora da saúde, então vê-las bem é o que mais me deixa feliz no trabalho.”

58 – é o número de consultórios, além de 10 salas no térreo. São mais de 60 profissionais que circulam diariamente no prédio.

Estrutura

• O prédio foi inaugurado em dezembro de 1996, como sede da Unimed. O sistema de cooperativas médicas ainda usa o sétimo andar, que tem auditório e sala de recreação.

• Com a mudança da sede, o local passou a se chamar Centro Clínico Unimed, porque a maioria dos médicos que atende nele é conveniada.

• Com sete andares sobre o térreo, é das salas do último pavimento que se tem uma visão 360º da cidade. De cara, quem já ‘explorou’ o local, tem uma bela visão da Igreja São Sebastião Mártir.

• Em 2023, Milton Ferreira revela que prédio passará por uma ampla reforma, custeada pelos proprietários das salas onde ficam os consultórios.



Débora Kist

Débora Kist

Formada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) em 2013. Trabalhou como produtora executiva e jornalista na Rádio Terra FM entre 2008 e 2017. Jornalista no jornal Folha do Mate desde 2018 e atualmente também integra a equipe do programa jornalístico Terra em Uma Hora, veiculado de segunda a sexta, das 12h às 13h, na Terra FM.

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