Fornadas a ‘todo vapor’: produtores de tabaco intensificam colheita em Venâncio

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A colheita de tabaco da safra 2022/23 segue intensa em Venâncio Aires e, em algumas localidades, já está na reta final. Segundo informações da Emater, na região serrana do município a colheita gira em torno de 40%, mas, na parte baixa, já são cerca de 80% das lavouras finalizadas.

Quem contribui para esse cenário avançado é a família Pereira, de Linha Taquari Mirim, onde a expectativa é terminar a colheita até o dia 15 de dezembro e, por isso, o ritmo das fornadas segue forte. “Plantamos mais cedo, no fim de junho, então vamos terminar mais cedo, para fugir do calor de novo”, comenta Heitor José Pereira, 53 anos.

Junto com a esposa Elisete, 49 anos, foi mantida a quantidade plantada nas últimas quatro safras – 100 mil pés. Finalizar todo esse volume só será possível porque, há quatro anos, investiram em uma estufa de carga contínua composta por oito compartimentos menores, onde o tabaco seca em grampos. Além dele, ainda é usado um forno convencional, de alvenaria, onde o fumo fica suspenso amarrado a bastões.

Com a expectativa de fazer cerca de 12 arrobas (180 quilos) a cada mil pés cultivados, o casal conta com a ajuda de uma pessoa para dar conta do trabalho. “Se ainda tivesse só forno convencional, precisaríamos mais umas cinco pessoas e isso seria um problema, porque a mão de obra está cada vez mais difícil de conseguir”, destaca Elisete, dizendo que, um dos principais motivos pela implementação da estufa elétrica, foi a dificuldade de encontrar ‘mais mãos’.

Os Pereira têm feito praticamente uma fornada por dia e, mesmo que a estufa seja abastecida por lenha, o consumo caiu pela metade. “Dá uma economia de uns R$ 15 mil só em lenha”, revela Heitor. Mas, e quanto à conta de luz? Essa também não preocupa tanto e a explicação está sobre o galpão, onde estão 28 placas solares que já garantem até sobras na geração de energia. “Foram investimentos altos, mas que têm seu retorno depois”, avalia o agricultor.

Expectativa pela venda

Fazendo a ressalva de que o adubo e o salitre (fertilizante) praticamente dobraram de valor para esta safra, Heitor espera por uma valorização maior na hora da venda (é produtor da Philip Morris). “Olhando o que colhemos, esse fumo está melhor. Uma folha bonita e de bom tamanho, então tem qualidade. Esperamos por uma boa venda.”

Produção

• Os 8,4 mil hectares plantados em Venâncio na atual safra têm produção estimada de 19,3 mil toneladas. Conforme dados da Emater, são atuais 2.425 famílias produtoras.



Débora Kist

Débora Kist

Formada em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) em 2013. Trabalhou como produtora executiva e jornalista na Rádio Terra FM entre 2008 e 2017. Jornalista no jornal Folha do Mate desde 2018 e atualmente também integra a equipe do programa jornalístico Terra em Uma Hora, veiculado de segunda a sexta, das 12h às 13h, na Terra FM.

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